segunda-feira, 27 de julho de 2015

JARTURICE 207

      Caros Amigos:
Mais um SETE, na numeração da Jarturice. E como sabem, o SETE foi um dos grandes mentores do "Policiário". Ainda teremos o DEZASSETE e o VINTE E SETE, e depois esta história acaba aí. Mas outras virão, e o SETE estará sempre presente na HISTÓRIA DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA. E ao lado do SETE, continuará para sempre
a sua DAMA DE ESPADAS.
Abraços do Jartur 

        
                              PROBLEMAS POLICIAIS – 210- # 207

                                                               (Diário Popular # 5667 – 19.07.1958)

        
         Georges Hamon saiu do bar. Nessa noite soprava um vento glacial. Estremecendo, abotoou cuidadosamente o sobretudo. E com as mãos nos bolsos desapareceu na escuridão. Estava contente consigo próprio: tudo decorrera segundo um plano minuciosamente estabelecido. A morte de Edith, sua mulher, não deixaria de ser atribuída pela Polícia a esse misterioso e inatingível criminoso que por duas vezes já impunemente levara a cabo suas façanhas.
                                                        *
         «Quando deixei Edith, pelas oito horas» - explicou Georges Hamon ao inspector Fauvel – dirigi-me, como todas as noites, para o Bar Globo onde, geralmente, passo alguns minutos, antes de fazer um curto passeio a pé e voltar depois para casa. Cheguei ao meu domicílio pelas nove horas, como também é costume. Fiquei surpreendido logo por encontrar a porta entreaberta. Mal a empurrei deparou-se-me este horrível espectáculo: Edith jazia no chão, num charco de sangue, mortalmente apunhalada. Ergui-a nos meus braços e levei-a para a sala de jantar onde a instalei num sofá antes de chamar o dr. Tournier. Mas eu não tinha ilusões: minha mulher estava morta. Como eu também estava cheio de sangue, lavei-me rapidamente e mudei de roupa antes da chegada do médico».
          O inspector Fauvel, que escutara atentamente essa descrição, insistiu com Georges Hamon para que se vestisse exactamente como estava no momento em que havia pegado em sua mulher. Georges fez isso e o inspector examinou-o. Havia, efectivamente, manchas de sangue nas calças e no jaquetão. Mas o colete impecável de Hamon não estava manchado.
         «O jaquetão estava abotoado o que explica tudo», disse Georges Hamon. Durante esse tempo, num compartimento vizinho, o adjunto de Fauvel rebuscava as algibeiras de um sobretudo – o de Hamon. Encontrou duas moedas de cem francos, outras de menor valor, um prospecto, duas luvas e uma boquilha.
         Enquanto Fauvel parecia reflectir, um agente entrou na sala. «Fui ao bar e verifiquei que confirmam as declarações do marido da vítima».
         «Muito bem» - declarou Fauvel. «Isso não melhora a vossa situação, Georges Hamon. Vai ser preso por crime de morte!». 

         Qual fora o erro cometido pelo criminoso?
        
        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso) 



  *     *     *     *     *








Solução do problema # 206
Diário Popular # 5660 – 12.07.1958)

O inspector Blanc deixou de seguir uma linha recta e efectuou um largo círculo na neve fresca.

Jarturice-207 (Divulgada em 27.Julho.2015)








APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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