Mais um SETE, na numeração da Jarturice. E como sabem, o SETE foi um dos grandes mentores do "Policiário". Ainda teremos o DEZASSETE e o VINTE E SETE, e depois esta história acaba aí. Mas outras virão, e o SETE estará sempre presente na HISTÓRIA DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA. E ao lado do SETE, continuará para sempre
a sua DAMA DE ESPADAS.
Abraços do Jartur
Georges
Hamon saiu do bar. Nessa noite soprava um vento glacial. Estremecendo, abotoou
cuidadosamente o sobretudo. E com as mãos nos bolsos desapareceu na escuridão.
Estava contente consigo próprio: tudo decorrera segundo um plano minuciosamente
estabelecido. A morte de Edith, sua mulher, não deixaria de ser atribuída pela
Polícia a esse misterioso e inatingível criminoso que por duas vezes já
impunemente levara a cabo suas façanhas.
*
«Quando
deixei Edith, pelas oito horas» - explicou Georges Hamon ao inspector Fauvel –
dirigi-me, como todas as noites, para o Bar Globo onde, geralmente, passo
alguns minutos, antes de fazer um curto passeio a pé e voltar depois para casa.
Cheguei ao meu domicílio pelas nove horas, como também é costume. Fiquei
surpreendido logo por encontrar a porta entreaberta. Mal a empurrei
deparou-se-me este horrível espectáculo: Edith jazia no chão, num charco de
sangue, mortalmente apunhalada. Ergui-a nos meus braços e levei-a para a sala
de jantar onde a instalei num sofá antes de chamar o dr. Tournier. Mas eu não
tinha ilusões: minha mulher estava morta. Como eu também estava cheio de
sangue, lavei-me rapidamente e mudei de roupa antes da chegada do médico».
O inspector Fauvel, que escutara atentamente
essa descrição, insistiu com Georges Hamon para que se vestisse exactamente
como estava no momento em que havia pegado em sua mulher. Georges fez isso e o
inspector examinou-o. Havia, efectivamente, manchas de sangue nas calças e no
jaquetão. Mas o colete impecável de Hamon não estava manchado.
«O
jaquetão estava abotoado o que explica tudo», disse Georges Hamon. Durante esse
tempo, num compartimento vizinho, o adjunto de Fauvel rebuscava as algibeiras
de um sobretudo – o de Hamon. Encontrou duas moedas de cem francos, outras de
menor valor, um prospecto, duas luvas e uma boquilha.
Enquanto
Fauvel parecia reflectir, um agente entrou na sala. «Fui ao bar e verifiquei
que confirmam as declarações do marido da vítima».
«Muito
bem» - declarou Fauvel. «Isso não melhora a vossa situação, Georges Hamon. Vai
ser preso por crime de morte!».
Qual fora o erro cometido pelo criminoso?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 206
Diário
Popular # 5660 – 12.07.1958)
O inspector Blanc deixou de seguir uma linha recta e efectuou um
largo círculo na neve fresca.
Jarturice-207 (Divulgada em 27.Julho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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