quarta-feira, 22 de julho de 2015

JARTURICE 202

                 
                  PROBLEMAS POLICIAIS – 205 - # 202

                      (Diário Popular # 5612 – 24.05.1958)

Tudo demonstrava que houvera luta violenta. O salão da actriz Cármen Carmelo estava numa desordem indescritível. O corpo da jovem, em pijama, estava caído junto ao piano. Duas balas tinham-na atingido mortalmente. O inspector Fauvel apanhou do chão uma chave de uma fechadura Yale e entregou-a ao seu adjunto. Este fez uma fotografia. Depois, Fauvel dirigiu-se à porta da entrada e meteu a chave no orifício da fechadura. Esta trabalhava com dificuldade, mas não havia dúvida de que a chave era aquela. Havia outra porta na casa – a da entrada de serviço – mas parecia que ninguém lhe tocara.

No meio de vários papéis, no chão, o inspector Fauvel descobriu um cheque de 50.000 francos, assinado por Cármen, um cravo vermelho e um minúsculo elefante de jade. Examinando os ferimentos, Fauvel concluiu que a vítima fora agredida quando se encontrava no chão e depois empurrada para debaixo do piano.
«Esta chave que apanhei tem as impressões de um polegar e de um indicador, perfeitamente reconhecíveis. Nega que esteve hoje nos aposentos de Cármen?»
Estas perguntas, fazia-as no seu gabinete o inspector Fauvel a Roland Bochet, artista de cinema. Imperturbável, o artista negou. Então o adjunto de Fauvel, que assistia ao interrogatório, interveio:
«Pode mostrar-me o seu molho de chaves?»
«Nunca as usei. – respondeu Roland. – Tinha uma chave da casa da Cármen mas devolvi-a há duas semanas.
«Mas costuma usar um cravo vermelho na botoeira?»
«Sim.»
«E hoje porque o não traz? Eu vou dizer-lhe: é porque o deixou cair no salão da sua vítima, quando lutava com ela…»
Então a voz grave do inspector fez-se ouvir: «Não creio que Roland Bochet seja culpado. Talvez a sua conduta dê lugar a suspeitas, mas quase tenho a certeza de que há alguém que tenta incriminá-lo…»

Por que motivo o inspector falava assim?

        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


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Solução do problema # 201
(Diário Popular # 5605 – 17.05.1958)

A presença de uma chave na fechadura que não é de segurança, seja qual for a posição dessa chave, não impede que um observador, pelo buraco da fechadura, possa ver o que se passa, a três metros exactamente em linha recta do orifício.


Jarturice-202 (Divulgada em 22.Julho.2015)





APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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