terça-feira, 7 de julho de 2015

JARTURICE 187

   

               PROBLEMAS POLICIAIS - 190
                     (Diário Popular # 5469 – 28.12.1957)
        
         «Já não vivo muito, Donald» - anunciou Abbie Whyham. «Já pouco tempo me resta, mas, enquanto o Senhor me poupar, a tua velha tia tem de cumprir os seus deveres de administradora. Não terás carro novo, não te aumentarei a mesada, nem…».
                                               *
         «Escuta Donnie, a tua Oliviazinha precisa de um casaco de peles, novo, e do anel que viu na joalharia Tiffany. Se não estás em condições de lhos dar, então…». E a linda corista encolheu, expressivamente, os ombros.
                                                                  *
Já não vivo muito… preciso disto… não terás o carro… preciso daquilo… Mas Donald não queria perder Olívia.
                                                                  *
         «Cheguei a casa por volta das 11 e 30», explicou Donald Whyham. «Vi luz por baixo da porta da cozinha, abria e vi a tia Abbie estendida no chão, com os olhos esbugalhados e fixos. Todos os bicos de gás estavam abertos. Agarrei-a por baixo dos braços, arrastei-a para a sala da frente e chamei o dr. Black; em seguida, voltei à cozinha, arrombei uma janela com o auxílio de uma cadeira e apaguei o gás». Fordney ajoelhou junto do cadáver da velha Abbie Whyham, sentindo uma certa repulsa pelo roupão vistoso, pelas chinelas sem calcanhar, enfeitadas com pompons garridos, que a morta tinha nos pés, pelas faces enrugadas, cobertas de «rouge», pelas jóias que lhe rodeavam o pescoço flácido.
         «Andava a dizer, há anos, que já não vivia muito, Fordney», disse o dr. Black. «Para dizer a verdade a morte de Abbie Whyham não me surpreende».
         Na cozinha, o professor examinou o fogão de gás e a cadeira com que Donald afirmava ter arrombado a janela.
«Voltou a aproximar-se de sua tia, depois de a ter arrastado para a sala da frente?»
         «Não. Não tive coragem de voltar a olhar para ela».
         «Está a mentir Whyham» disse Fordney, numa voz incisiva.

         Que indicação levou o professor a concluir que a história de Whyham era falsa?  
 
   (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


  *     *     *     *     *








Solução do problema # 186
(Diário Popular # 5462 – 21.12.1957)

       O professor sabia que Borek empurrara Almy, fazendo-o cair pelo poço do elevador. Fordney encontrara fechada a porta do monta-cargas: se tivesse havido desastre a porta estaria, evidentemente, aberta.


Jarturice-187 (Divulgada em 07.Julho.2015)



APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

Sem comentários: