(Diário Popular # 5509 – 08.02.1958)
«A frase familiar com que abrem
os livros policiais ingleses:
«Em
toda a história de Londres, jamais se vira manhã de tanto nevoeiro», começa
agora a ser substituída por esta: «Era uma noite escuríssima, durante a
ocultação de luzes».
Decorriam
os últimos meses de guerra, e Fordney dirigia-se aos seus alunos:
«No
mês passado, durante a minha estada em Londres, tive a sensação dessa treva
impenetrável», prosseguiu. «Nunca vira noite tão escura. Caminhando às
apalpadelas, num bairro desconhecido, encontrei-me, a certa altura,
irremediavelmente perdido. Durante cerca de meia hora, vagueei, tropeçando,
pela rua quando de repente, ao chegar mesmo ao meio de um quarteirão, ouvi um
tiro.
«Sempre
tropeçando, encaminhei-me para o local de onde o tiro parecia ter partido e
encontrei-me à esquina de uma rua, onde um pequeno grupo de pessoas estava
apinhado em volta de um corpo que jazia na sarjeta.
«É um dos nossos
homens», disse o oficial da defesa civil, fazendo incidir sobre o homem
desmaiado um breve raio de luz da sua lanterna eléctrica. «Gostava de saber…»
«Nesse momento,
vi uma figura escapulir-se de entre o grupo e, durante um curto momento, a luz
do oficial da defesa civil, voltou a cortar a escuridão da noite.
«É o tipo que
tem estado a fazer sinais naquela casa, ao fundo da escuridão; agarrem-no».
«Eu próprio
tinha já passado uma rasteira ao homem e, após uma breve luta, um polícia, que
se juntara a nós, pôs-lhe nos pulsos um par de algemas… Então…»
«Espere, espere,
Professor; não vá tão depressa!» - exclamou Louis Fautsch, do fundo da aula. -
«Já sabemos que nada lhe escapa, quando se trata da observação de pormenores,
mas não é tão bom como isso! Não tinha possibilidade de…»
«Belo trabalho,
Louis, aprovou o Professor.
Há
apenas uma falha, no relato que Fordney fez da sua aventura em Londres: Qual é?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 190
(Diário Popular # 5502 – 01.02.1958)
Ao
verificar a ausências de impressões digitais no misturador de «cocktails», de
que Butler se servira, Fordney concluiu que alguém, além de Ward entrara no
apartamento depois da preparação dos «cocktails», e antes da descoberta do
cadáver de Edith. Se os telefonemas eram falsos (como Fordney desde o princípio
acreditara) só podiam ter sido feitos por alguém que tivesse possibilidade de
observar as idas e vindas de Ward; Por esse motivo, o professor suspeitou de
Butler que, ao limpar irreflectidamente o misturador de «cocktail», a si mesmo
se condenou à forca.
Jarturice-191
(Divulgada em 11.Julho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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