sábado, 4 de julho de 2015

JARTURICE 184

           PROBLEMAS POLICIAIS 187 - # 184        
    (Diário Popular # 5442 – 30.11.1957)
               
«E tenha cuidado em não andar na avenida» - recomendou o inspector Fauvel, enquanto, acompanhado por Georges Marchet, se dirigia para o ponto do bosque onde fora descoberto o corpo.
         Os dois homens pisavam a erva molhada, caminhando ao longo da avenida, onde os sinais de passos eram nitidamente visíveis na terra encharcada pelas recentes chuvadas. Georges explicou:
         - Como já lhe disse, inspector, eu convidara Marcel Lerich para uma caçada na propriedade de meu pai. Senti que Marcel saía muito cedo. Ele tinha a intenção de abater algumas aves. Havia uns dez minutos que ele saíra, quando ouvi ruído no bosque, um grito rouco, logo seguido de uma única detonação. Vesti-me à pressa e corri para o local, pressentindo um acidente. Descobri Marcel caído por terra, com um ferimento horrível no peito. Marcel respirava ainda. Precipitei-me para o pavilhão e voltei com uma pequena caixa de medicamentos, a fim de tentar socorrê-lo. Mas foi inútil: ele morreu nos meus braços. Foi então que voltei ao pavilhão e lhe telefonei…
         Entretanto, os dois homens chagavam ao local. Georges disse ainda ao inspector:
         - Marcel estava caído de bruços. Tive de voltá-lo para tentar tratá-lo.
         Alguém o esperava aqui, disse o inspector, depois de olhar rapidamente para o cadáver e de se ter dirigido para uma moita situada a alguns passos dali. – Uma verdadeira emboscada. Foi atingido quando se encontrava ainda na avenida. Os sinais dos seus pés são ainda bem visíveis.
         Com muita precaução, o inspector caminhou ao longo da avenida, em direcção ao pavilhão.
         - Não há dúvida – disse ele – o assassino já estava no seu posto quando Marcel chegou. Estão ali os sinais das vossas três caminhadas entre o local do crime e o pavilhão – acrescentou o inspector; não vejo as dele… a menos que…
         O inspector dirigiu-se para a moita de onde partira o tiro. «Foi aqui. Ainda se vê pólvora nalgumas folhas.» Fauvel arrancou algumas folhas que pretendia mandar para o laboratório e, quando o fazia, picou-se num dedo. Correu sangue.
         - Venha inspector. Vou desinfectar-lhe o dedo. – disse Georges.
         Os dois homens voltaram ao pavilhão e Georges foi buscar um frasco com tintura de iodo e uma caixa de pensos. O inspector notou que o frasco, apenas encetado, tinha a etiqueta manchada de tintura.
         Imperturbável, o polícia deixou-se tratar e no fim disse a Georges:
         - Você daria um bom enfermeiro. Mas é um mau criminoso. Cometeu um erro e creio que isso lhe custará muito caro.

         Como é que o inspector chegou a esta conclusão?

     (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)



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Solução do problema # 183
(Diário Popular # 5435 – 23.11.1957)

O inspector Fauvel sabia que o culpado só podia ser Georges Mureaux. A sua carta era uma desculpa pois seria impossível escrever com letra firme e elegante num barco tão pequeno sacudido opor uma violenta tempestade.
                   

Jarturice-184 (Divulgada em 04.Julho.2015)




APRESENTAÇÃO
DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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