quarta-feira, 15 de julho de 2015

JARTURICE 195

                                                           
                     PROBLEMAS POLICIAIS – 198 - # 195
            (Diário Popular # 5550 – 22.03.1958)                                                                                    
         Um agente da Polícia estava de guarda junto ao corpo inerte da que fora a sedutora Corrine Lagot. Esperava a chegada do inspector Fauvel e do médico. A jovem estava deitada no chão, de costas, no pátio traseiro de uma garagem, com os braços colocados ao longo do corpo. Os seus pés estavam inclinados para dentro. A meia da perna direita estava rasgada à altura do joelho e também no calcanhar. A desordem do seu vestuário indicava que a sedutora actriz se debatera desesperadamente, antes dos agressores terem conseguido estrangulá-la e tirar-lhe o dinheiro e as jóias.
         Alfredo, o guarda da noite da garagem onde Corrine guardava o seu automóvel, declarou ao inspector Fauvel que a sua cliente tinha entrado cerca das duas horas da madrugada e saíra pela porta das traseiras onde, dizia ela, tinha alguém à espera para a levar a casa.    
         Apesar de um exame minucioso, o inspector Fauvel não encontrou traços do rodado desse carro, o que era estranho, pois, dado o piso, devia haver marcas. Prosseguindo nas investigações, soube que Corrine passara com uma das suas amigas diante da saída do teatro, às 23 e 45 h. Confirmou também que a sua chegada à garagem se fizera às 2 horas, pois o carro fora visto por uma testemunha. Uma nódoa de óleo manchava o casaco nas costas. Mas o anel que ela usava e o seu soberbo diamante, o seu colar de pérolas, o seu relógio de ouro e a sua carteira, haviam desaparecido.
         O inspector Fauvel notara indícios curiosos e estabelecera, com rigor científico, que a jovem não fora estrangulada no ponto onde foi encontrado o seu cadáver. Este fora conduzido para o ponto onde o acharam. Porquê? O inspector Fauvel contentava-se com este elemento: o criminoso cometera um erro: ele se encarregaria de descobrir os outros e prendê-lo.

         Mas como é que o inspector Fauvel concluíra que Corrine Lagot, não fora assassinada no local onde o seu cadáver apareceu?   

  (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 194
(Diário Popular # 5543 – 15.03.1958)
   
Quando Larson pôs o relógio de pesos a trabalhar, os ponteiros indicavam 8,55; contudo, alguns minutos depois, o relógio dava onze horas! Este facto advertiu Fordney de que alguém parara o relógio e fizera recuar os ponteiros para as 8,55, com o fim de estabelecer um álibi. Quando se faz recuar os ponteiros, o mecanismo das horas não sofre alteração; por isso quando Fordney ouviu o relógio bater onze horas, com os ponteiros indicando 8,55, concluiu que Grayson fora assassinado entre as 10,30 e as onze, e não entre as 8,30 e as 8,55. Collier tinha um indestrutível álibi para as 8,55 mas, como Norton estivera a dormir depois das 10,15 (Collier deitara um narcótico nas bebidas), não possuía álibi para a hora do crime. Assim, quando Collier disse: «Oh, porque não os deixou levar os papéis e tudo quanto estava no cofre». O professor já não teve mais dúvidas quanto ao culpado do crime, pois Fordney não mencionara o local em que Grayson fora morto, nem dissera que o cofre tinha sido roubado. Se, para deixar vestígios de luta Collier tivesse esmigalhado e destruído o relógio, seria impossível refutar-lhe o álibi, quais quer que fossem as suspeitas de que se tornasse objecto. Mas… a relutância natural em destruir um objecto valioso fê-lo deitar o relógio no chão, colocando-o sobre um dos lados: este cuidado excessivo valeu-lhe uma condenação a prisão perpétua.

Jarturice-195 (Divulgada em 15.Julho.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO 
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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