quinta-feira, 30 de julho de 2015

JARTURICE 210

           
                          PROBLEMAS POLICIAIS – 213 - # 210
 (Diário Popular # 5695 – 16.08.1958)
        
         «Eis a arma do crime!» - exclamou o adjunto do inspector Fauvel, brandindo um magnífico punhal árabe. Depois acrescentou: «Porque é que o assassino teria deitado o punhal para o cesto dos papéis e não para o chão, o que seria mais simples? E porque se deu ao trabalho de limpar a lâmina?».
         O inspector Fauvel examinou demoradamente a perigosa lâmina e com decorações.
         - Não acha isto curioso, inspector? – perguntou o auxiliar.
         - Acho que sim - admitiu Fauvel, que se dirigiu para o corpo de Oreste Henry, caído no chão do seu salão, e ajoelhou junto dele. O homem fora atingido com quatro facadas no coração.
         O inspector Fauvel limpou a fina película de óleo que cobria a lâmina e examinou as feridas mais de perto. Depois levantou-se e inspeccionou minuciosamente a magnífica colecção de armas brancas que ornamentavam as paredes da sala.
         Sabia que Oreste Henry possuía uma das mais belas colecções no género. Algumas das peças que a compunham, eram verdadeiras obras-primas.
         Todas as vitrinas estavam fechadas e as chaves foram encontradas num dos bolsos da vítima. Uma vez mais o inspector verificou que todas as armas estavam no seu lugar e que não havia sinal de que tivessem tirado alguma havia pouco tempo.
         - Na verdade, estamos diante de um caso curioso…- murmurou ele.
         Depois Fauvel, olhando o punhal que conservava nas mãos, disse: «Tenho a impressão de que não achamos uma saída… Porque este punhal não foi aquele de que se serviu o assassino…
        

         Por que é que o célebre polícia dizia isto?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


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Solução do problema # 209
(Diário Popular # 5688 – 09.08.1958)
      
       Em toda a descrição feita ao inspector, o rapaz só no final, ao ser interrogado, fez alusão ao respiradouro das traseiras do prédio. Aparentemente, nunca se dirigira para ali, de acordo com o que contara a Fauvel. Nessas condições, era impossível ele saber que o vidro do respiradoiro fora partido. Sabia-o, porque ele próprio o fizera…


 Jarturice-210 (Divulgada em 30.Julho.2015)
 
                       



 APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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