(Diário Popular #
5695 – 16.08.1958)
«Eis
a arma do crime!» - exclamou o adjunto do inspector Fauvel, brandindo um
magnífico punhal árabe. Depois acrescentou: «Porque é que o assassino teria
deitado o punhal para o cesto dos papéis e não para o chão, o que seria mais
simples? E porque se deu ao trabalho de limpar a lâmina?».
O
inspector Fauvel examinou demoradamente a perigosa lâmina e com decorações.
-
Não acha isto curioso, inspector? – perguntou o auxiliar.
-
Acho que sim - admitiu Fauvel, que se dirigiu para o corpo de Oreste Henry,
caído no chão do seu salão, e ajoelhou junto dele. O homem fora atingido com
quatro facadas no coração.
O
inspector Fauvel limpou a fina película de óleo que cobria a lâmina e examinou
as feridas mais de perto. Depois levantou-se e inspeccionou minuciosamente a
magnífica colecção de armas brancas que ornamentavam as paredes da sala.
Sabia
que Oreste Henry possuía uma das mais belas colecções no género. Algumas das
peças que a compunham, eram verdadeiras obras-primas.
Todas
as vitrinas estavam fechadas e as chaves foram encontradas num dos bolsos da vítima.
Uma vez mais o inspector verificou que todas as armas estavam no seu lugar e
que não havia sinal de que tivessem tirado alguma havia pouco tempo.
-
Na verdade, estamos diante de um caso curioso…- murmurou ele.
Depois
Fauvel, olhando o punhal que conservava nas mãos, disse: «Tenho a impressão de
que não achamos uma saída… Porque este punhal não foi aquele de que se serviu o
assassino…
Por
que é que o célebre polícia dizia isto?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 209
(Diário Popular #
5688 – 09.08.1958)
Em toda a descrição feita ao inspector, o
rapaz só no final, ao ser interrogado, fez alusão ao respiradouro das traseiras
do prédio. Aparentemente, nunca se dirigira para ali, de acordo com o que
contara a Fauvel. Nessas condições, era impossível ele saber que o vidro do
respiradoiro fora partido. Sabia-o, porque ele próprio o fizera…
Jarturice-210
(Divulgada em 30.Julho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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