(Diário Popular # 5564 – 05.04.1958)
«Os nossos técnicos afirmam que a
nota que encontrei na algibeira do morto foi escrita por Drissin», afirmava um
jovem polícia, subordinado do inspector Fauvel, mostrando a este último uma
mensagem rabiscada à pressa. Depois acrescentou: «Mas ninguém compreende o que
a vítima quis dizer…E não há dúvida de que essa mensagem designava o assassino…
- Você está
seguro – respondeu Fauvel – mas eu não sou dessa opinião.
- Tenho a
certeza, Inspector. O assunto ficará arrumado assim que decifrarmos o conteúdo
dessa mensagem. Drissin foi morto por um veneno extremamente violento e de
acção fulminante. Tenho a impressão de que Drissin tentou desesperadamente
revelar-nos a verdade, mas que não conseguiu ir até ao fim, porque a morte o
fulminou quando ele se preparava para isso…
- E o móbil do
crime? Pensou nisso?
- Certamente!
Quem é que podia desejar a morte deste homem? Era estimado por toda a agente e
não tinha um inimigo. Rebusquei os seus bolsos e eis o que encontrei: Um molho
de chaves, uma carteira, uma caneta, um lápis, um relógio e a respectiva
corrente, um lenço, moedas… Apenas isto!
O inspector
Fauvel, silenciosamente, rebuscou a carteira. Encontrou dois recibos de renda
de casa, um livro de cheques, dez mil francos, um bilhete de mil e um cartão de
visita. Depois examinou a caneta e experimentou escrever com ela. Não tinha
tinta.
«Vamos voltar a
examinar isto! – disse Fauvel ao seu jovem colega.
- Está bem! Mas
não creio que encontre nada.
- Não tenho a
certeza de que assim seja. Não há dúvida de que esta mensagem indica o
criminoso. Mas não como você o supõe. Porque Drissin teria dificuldade em
designar o seu assassino, como você parece acreditar…
O jovem agente
da Polícia ficou estupefacto.
Que
lhe dizia o inspector? Por que é que ele falava assim?
(Divulgaremos
amanhã, a solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 195
(Diário
Popular # 5550 – 22.03.1958)
Foi a posição dos pés da morta que esclareceu o inspector. Os pés
de um ser humano deitado no chão, depois de uma queda de costas, ficam virados
para fora. Ora, os de Corrine Lagot estavam voltados para dentro.
Jarturice-196
(Divulgada em 16.Julho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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