terça-feira, 14 de julho de 2015

JARTURICE 194

                                                                     
                             PROBLEMAS POLICIAIS – 197 - # 194                 
                           (Diário Popular # 5543 – 15.03.1958)
                                                                                  
                  «Realmente! – Rogério Collier lançou, raivosamente, esta palavra ao seu mordomo, Grayson – a despeito da minha absolvição, ainda estás convencido que matei a minha mulher, não é verdade? Pois bem, isto tirar-te-á vontade de suspeitar de mim». - E com estas palavras arremessou a taça de champanhe à cara do mordomo.
         Três noites depois desta cena, o professor Fordney e o sargento Larson encontravam-se no escritório de Rogério Collier; eram 11,45. No chão, jazia Grayson, por baixo de um cofre embutido na parede, e que naquele momento estava escancarado. Estava morto, e tinha no corpo dois enormes buracos de bala; duas cadeiras tinham sido derrubadas e o grande relógio de pesos estava deitado de lado.
         «O relógio diz-nos a que horas Grayson foi morto» - disse o sargento Larson, indicando os ponteiros parados nas 8,55.
         Fordney anuiu, com um aceno de cabeça, e Larson endireitou o relógio. Num bloco, junto do telefone, Fordney viu a indicação do local onde Collier se encontrava, e não tardou em descobrir o endereço. Trocou algumas palavras com Larson e, no momento em que saiu, ouviu o relógio dar onze horas. 
                                                              *
         Ao chegar ao apartamento de Leslie Norton, o criminologista encontrou Collier, ligeiramente embriagado, tentando despertar o amigo, imerso num profundo sono de alcoólico.
         «Não vale a pena gastar muitas palavras» - disse Fordney.
         «O seu mordomo foi assassinado».
         «Quê? – exclamou Collier – Grayson? Assassinado!
         «Oh, porque não os deixou levar os papéis, e tudo quanto estava no cofre? Eu…»
         «Imagine haver alguém capaz de dar cabo de Grayson.» - resmungou Leslie Norton.
         Norton apoiou a declaração de Collier de que chegara ao apartamento às 8 e 30 e não voltara a sair; tinham ambos bebido muito até que, cerca das 10 e 15, Norton adormecera. Collier acrescentou que quando Fordney entrara, estava a ver se conseguia acordar Norton, para irem ambos a um clube nocturno.
         Foi com verdadeiro espanto que Norton ouviu o professor anunciar, subitamente, que Collier estava sob prisão, acusado do assassínio de Grayson.
        
         Que pista indicou a Fordney que Collier não tinha álibi para a hora em que Grayson fora assassinado? Que outra prova o advertiu de que Collier era culpado?
                                                                   
  (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *
 







Solução do problema # 193
(Diário Popular # 5522 – 22.02.1958)
    
Fordney não encontrou em cima da mesa pétalas das rosas murchas; esse facto informou-o de que alguém estivera na sala depois das 5,30 horas de quarta-feira. Alice confessou finalmente. Envenenara o velho antes de partir, para lhe herdar a fortuna, e, ao regressar, pusera a moeda espanhola na mão do morto, para fazer recair sobre Cármen as suspeitas do crime. Os seus hábitos de ordem fizeram-na retirar da mesa as pétalas caídas.


 Jarturice-194 (Divulgada em 14.Julho.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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