DIA DE
SOLUÇÕES PARA TODOS OS GOSTOS
Numa época
em que as altas temperaturas convidam a banhos, os nossos crimes e criminosos
não dão tréguas e por isso aqui estamos hoje, para dar solução aos dois enigmas
que nos foram propostos para a prova n.º 5, por dois “Zés”, o “coxo” e o “da
claque”!
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2015
SOLUÇÕES DA
PROVA N.º 5
PARTE I – “A
CONFRARIA DOS GÉMEOS” – de ZÉ COXO
Jorge não
esteve na Confraria dos Gémeos no dia da atribuição do prémio ‘O Gémeo do Ano’.
Ele estava muito distante. A 400 quilómetros dali! O detetive Fagundes viu
chegar um dos gémeos Costa Pereira coxeando. Mas não era Jorge. A perna que
havia ficado seriamente ferida num acidente de caça muito recente era a direita.
Logo, ele teria de andar com a bengala (a que sempre esteve agarrado) na mão
direita para aliviar a ferida do peso do corpo. E esta andou a cumprimentar os
confrades! Ou seja, o gémeo Costa Pereira que coxeava, ou melhor, que se fazia
de coxo, não era Jorge. Mas também não podia ser Jacinto porque o traço
distintivo deste era físico e bastante notório. Portanto, o gémeo disfarçado
era José. O traço que o distingue dos irmãos não é visível à vista. Ele é gago.
E quando entrou no salão de festas não falou. Limitou-se a estender a mão
direita a alguns dos presentes e encaminhou-se para a sala de reuniões, onde
era suposto estarem os diretores da Confraria. Ou seja, os irmãos Costa
Pereira.
Fagundes
estava intrigado porque julgava ter visto os três gémeos Costa Pereira nas
instalações da Confraria. Mas estava enganado. Ele só viu dois: Jacinto (o da
cicatriz no sobrolho), que subiu ao palco para anunciar o vencedor do prémio
daquele ano; e José (o gago), que começou por se disfarçar do irmão Jorge,
assumindo depois a sua identidade quando foi chamado ao palco como… ‘O Gémeo do
Ano’.
PARTE II –
“QUEM ‘OKUPOU’ O PALCO?” – de ZÉ DA CLAQUE
A resposta
certa é B- TRAGÉDIA.
Estamos
perante um sonho, ou melhor, “um verdadeiro pesadelo”. Só isso explica que o
empresário receba cartas de quatro géneros teatrais – de que apenas conhecemos
as suas simbólicas máscaras –, que aparentemente ignora ao programar o seu
teatro. Os decifradores deste enigma que sejam mais pragmáticos e não aceitem a
dimensão irreal dos sonhos poderão considerar que algum (ou vários) dos
técnicos poderá estar envolvido na ocupação do palco. Mas o que se pretende é
que se diga quem ocupa o palco. E isso, face aos elementos fornecidos pelo
autor, só pode ter sido feito por um dos géneros teatrais que ameaçam
revoltar-se. E, de entre eles, não há dúvida que só poderá ter sido a Tragédia.
Quando se diz que está no palco “um grupo de gente estranha, vestida de trajes
de tempos muito remotos (da Grécia Antiga), formando uma personagem única que
tem por missão contar parte de um enredo”, não temos dúvidas de que se está a
caracterizar o Coro (personagem que tem essencialmente como função comentar os
acontecimentos trágicos). E quando se diz que dois tipos se mataram mutuamente
numa batalha e que apenas um deles foi sepultado, o que leva à revolta da irmã
de ambos, que confronta o seu tio e se entrega depois à morte, estamos face a
uma síntese da narrativa de uma célebre tragédia de Sófocles: “Antígona”.
CLASSIFICAÇÕES
Como é já
conhecimento dos nossos “detectives”, mas recordamos hoje, as pontuações
obtidas nos diversos problemas das competições, são reveladas em primeira mão
no blogue CRIME PÚBLICO, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario
e, de forma mais desenvolvida, no sítio CLUBE DE DETECTIVES, do confrade Daniel
Falcão, em http://clubededetectives.net
onde é ainda possível ter acesso a múltiplas informações e notícias; andamento
das diversas classificações, desde o campeonato nacional e Taça de Portugal até
aos troféus de Policiarista do Ano e ranking; problemas publicados e
respectivas soluções; colecção de e-books com acesso directo, sem necessidade
de palavra-chave; etc.
PROBLEMA
MINI
Na nossa
edição n.º 1246, em 21 de Junho passado, publicámos mais um “desafio mini”,
para que os nossos leitores resolvessem aquele enigma proposto, com a lógica
possível. A receptividade foi significativa e foram muitas as propostas de
solução, nem todas completamente coerentes, mas sempre com o espírito de
procurar um caminho.
O desafio
então publicado, dizia assim:
“O
Zeca chegou à ponte e leu: Passagem proibida a mais de 100 quilos!
Pensou:
Peso 80, sobram 20, estou seguro!
Enquanto
saía da água gelada, ainda fazia contas…
Onde
raio falhei, se mais ninguém entrou na ponte e não engordei?”
O
apelo que fizemos para que os confrades lessem também nas entrelinhas, teve uma
repercussão inesperada e algumas das soluções apresentavam propostas de tal
forma irreais que incluíam ovnis ou cataclismos naturais de origem vulcânica…
A solução, no entanto, como bem apontaram alguns confrades, situava-se nos campos
da matemática e dos ditados populares.
Como
é sabido, diz o nosso Povo que “Homem prevenido, vale por dois” e a aplicação
deste princípio ao Zeca, prevenindo-o do limite de peso permitido, fez com que passasse
a valer por dois, o seu próprio peso duplicasse e, subitamente, ficasse nos 160
quilos, derrubando a ponte!
É
evidente que a realidade não é essa e tudo resulta de uma interpretação abusiva
de uma regra não aplicável à situação, mas não deixa de causar um sorriso pela
“malícia” de um desafio muito tortuoso para quem é apanhado em falso ao ser desafiado!
Em
breve, regressaremos a estes pequenos enigmas, feitos para pensar…
Boas férias,
para quem as tem!
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