sexta-feira, 31 de julho de 2015

JARTURICE 211

Estimados Amigos e prezados "sherlocks":
Cá estou eu, de novo, após uma curta pausa no envio quotidiano das Jarturices, para reatar esta agradável missão de estar convosco todos os dias, o que faço com todo o empenho e prazer.
Como já vos disse no texto da mensagem que acompanhou a Jarturice - 206, o último problema desta série do Prof. Fordney e do Insp. Fauvel, será divulgado no # 227, a publicar em 17 do mês que amanhã se inicia. Porém, no dia seguinte, é forçoso que se revele a solução desse derradeiro mistério.
Para preencher o espaço que ficaria livre, se apenas editasse o texto da solução, eu teria que escrever um epílogo de conveniência, que não seria mais do que resumir a "história" que não carece de resumo, pois terá ficado bem esclarecida nas 231 páginas que constituirão esta saga.
Então! (Detesto os artistas, apresentadores da televisão e afins, que invariavelmente começam os seus arrazoados, dizendo) - Então é assim!
Então, (neste caso), resolvi que seria interessante contar com a vossa colaboração. Por isso, peço àqueles que desejarem fazê-lo e que achem interessante a ideia, me enviem uma curta apreciação - não mais de "SETE" palavras - daquilo que foram para si estas JARTURICES.
Desculpem-me, amigos, se vão achar pesada essa tarefa. (A frase antecedente, é para me penitenciar de ter escrito na mensagem da Jarturice - 208: Desculpei-me o procedimento havido. 
Eu não tinha nada que me desculpar. Era a vossa desculpa que eu pedia.
Abraços do Jartur e...
até amanhã.

                                    
             PROBLEMAS POLICIAIS – 214 - # 211
                        (Diário Popular # 5702 – 23.08.1958)

                                                                                              
         A fim de melhor instruir os inspectores que lhe estavam subordinados, Fauvel gostava de lhes apresentar problemas que ele próprio defrontara, como este:
         «Um dos meus amigos, preocupado com a súbita desaparição do senhor Pende, um amigo seu, veio procurar-me e pediu-me que fosse a casa dele.
         Encontrei a porta da residência de Pende cuidadosamente aferrolhada. Mas verifiquei que estava aberta uma janela da casa e que se podia entrar por ali. A porta da cozinha para a cave também estava aberta. Encontrei René Pende, vestido como se fosse sair, sentado num sofá. Morrera havia dois dias e, ao que parecia, envenenado. Numa mesinha diante dele estava um copo com um resto de líquido, que a análise provou ser um veneno violento. O meu amigo dissera-me que Pende era um fumador inveterado, mas não encontrei um único resto de cigarro nos vários cinzeiros espalhados pela sala. No frigorífico descobri uma garrafa de cerveja ainda meia. A cerveja também estava envenenada com o mesmo produto encontrado no copo.
         Continuando o meu inquérito, soube que René Pende era um marido dedicado, cheio de atenções para sua mulher e um verdadeiro amigo dos seus dois filhos, que em breve atingiriam a idade de prestar serviço militar. Três dias antes, a mulher e os filhos tinham ido fazer uma visita a uns amigos que os tinham convidado e deviam regressar no dia seguinte.
         Ninguém na família Pende, ouvira o chefe falar em suicídio. E, na verdade, ele não parecia ter nenhum motivo para se suicidar. Porém, nunca se sabe o que se passa na cabeça de um homem aparentemente bem equilibrado…
         Estudei durante muito tempo o caso e acabei por lhe achar uma explicação lógica. No meu lugar que teria feito?

         E os leitores no lugar do inspector Fauvel teriam concluído que se tratava de crime ou de suicídio? E porquê?
        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


  *     *     *     *     *










Solução do problema # 210
(Diário Popular # 5695 – 16.08.1958)
    
Muito simplesmente porque a lâmina do punhal em questão tinha ainda a fina camada de óleo destinada a preservá-la da ferrugem. Ora, se o assassino, como sugeria o inspector auxiliar, tivesse limpo a lâmina para fazer desaparecer os traços de sangue, o óleo teria saído igualmente.

 Jarturice-211 (Divulgada em 31.Julho.2015)




APRESENTAÇÃO
E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


quinta-feira, 30 de julho de 2015

JARTURICE 210

           
                          PROBLEMAS POLICIAIS – 213 - # 210
 (Diário Popular # 5695 – 16.08.1958)
        
         «Eis a arma do crime!» - exclamou o adjunto do inspector Fauvel, brandindo um magnífico punhal árabe. Depois acrescentou: «Porque é que o assassino teria deitado o punhal para o cesto dos papéis e não para o chão, o que seria mais simples? E porque se deu ao trabalho de limpar a lâmina?».
         O inspector Fauvel examinou demoradamente a perigosa lâmina e com decorações.
         - Não acha isto curioso, inspector? – perguntou o auxiliar.
         - Acho que sim - admitiu Fauvel, que se dirigiu para o corpo de Oreste Henry, caído no chão do seu salão, e ajoelhou junto dele. O homem fora atingido com quatro facadas no coração.
         O inspector Fauvel limpou a fina película de óleo que cobria a lâmina e examinou as feridas mais de perto. Depois levantou-se e inspeccionou minuciosamente a magnífica colecção de armas brancas que ornamentavam as paredes da sala.
         Sabia que Oreste Henry possuía uma das mais belas colecções no género. Algumas das peças que a compunham, eram verdadeiras obras-primas.
         Todas as vitrinas estavam fechadas e as chaves foram encontradas num dos bolsos da vítima. Uma vez mais o inspector verificou que todas as armas estavam no seu lugar e que não havia sinal de que tivessem tirado alguma havia pouco tempo.
         - Na verdade, estamos diante de um caso curioso…- murmurou ele.
         Depois Fauvel, olhando o punhal que conservava nas mãos, disse: «Tenho a impressão de que não achamos uma saída… Porque este punhal não foi aquele de que se serviu o assassino…
        

         Por que é que o célebre polícia dizia isto?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


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Solução do problema # 209
(Diário Popular # 5688 – 09.08.1958)
      
       Em toda a descrição feita ao inspector, o rapaz só no final, ao ser interrogado, fez alusão ao respiradouro das traseiras do prédio. Aparentemente, nunca se dirigira para ali, de acordo com o que contara a Fauvel. Nessas condições, era impossível ele saber que o vidro do respiradoiro fora partido. Sabia-o, porque ele próprio o fizera…


 Jarturice-210 (Divulgada em 30.Julho.2015)
 
                       



 APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

quarta-feira, 29 de julho de 2015

JARTURICE 209

   
               PROBLEMAS POLICIAIS – 212 - # 209
                    (Diário Popular # 5688 – 09.08.1958)
                                                                                             
         A porta do gabinete onde trabalhava o inspector Pauvel abriu-se bruscamente e ele viu um rapaz de 25 anos que ele conhecia bem, mas que naquele momento parecia estar transtornado.
         - Venha depressa, inspector! – disse o visitante. – Acabam de forçar o cofre de meu tio. Eu estava só em casa quando isso se passou. Que é que ele pensará?
         - Está bem, iremos ver isso – disse Fauvel. – Conta-me primeiro o que sabes.
         - Eu estava no meu quarto, situado no terceiro andar da vivenda de meu tio. – disse Alfred Lattore. – De súbito, ouvi ruído na escada. Corri ao escritório de meu tio. Compreendi logo o que se passara: o cofre-forte fora forçado e a porta estava escancarada.
         - Não olhaste para ver o que havia no interior? – perguntou o inspector.
         Nem tive tempo para isso. Corri rapidamente para a porta principal e cheguei a tempo de ver um homem que se precipitava para um automóvel e nele seguia a grande velocidade. O meu carro estava a cinquenta metros dali. Mas perdi tempo em chegar lá e em o pôr em marcha. O ladrão havia desaparecido e por isso vim directamente para aqui…
         - Tomaste nota do número do carro?
         - Impossível. A lama não o deixava ver.
         - Vamos – disse o inspector. – Devemos lembrar-nos de que deixaste escancarada a porta do cofre e que, na precipitação, é possível que não tenhas fechado a porta da rua, o que seria um convite a novos ladrões.
         - Não há perigo, pois essa porta fecha-se automaticamente. De resto, os ladrões entraram pelas traseiras, por um respiradouro que dá para a cave, depois de terem partido o vidro.
         Mas vamos lá ver.
         Verificou-se imediatamente que o prejuízo não era grande. O inspector viu nas prateleiras do cofre-forte várias pilhas de valores ao portador. Não lhes tinham tocado. Parecia faltar apenas um maço de notas de 500 francos que devia estar arrumado ao lado de outros que se viam ali. O total do dinheiro desaparecido não devia ultrapassar cinquenta mil francos.
         - Que dirá meu tio quando voltar? – perguntou o jovem, com uma voz angustiada.
- Certamente que não ficará contente – respondeu Fauvel. – Mas talvez haja maneira de arranjar isso. Sobretudo, se tu disseres a verdade e devolveres o dinheiro que falta…

         Porque é que o inspector Fauvel falava assim?   

      (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 208
(Diário Popular # 5674 – 26.07.1958)

É preciso notar que o inspector descobrira o cadáver numa rua de muito movimento. E Fauvel notara que o cadáver já estava frio. Ora naquele dia fazia calor, o que indicava que a morte ocorrera já há várias horas. Na verdade não podia tratar-se de um acidente, mas sim de um crime praticado noutro local.

 Jarturice-209 (Divulgada em 29.Julho.2015)

APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


terça-feira, 28 de julho de 2015

JARTURICE 208

     
                       PROBLEMAS POLICIAIS – 211 - # 208


   (Diário Popular # 5674 – 26.07.1958)

         Ao passar naquela rua de um bairro populoso, o inspector Pauvel teve de parar de súbito o seu carro pois avistara um corpo humano caído.
        
         Saiu do carro e inclinou-se sobre o cadáver de uma mulher que aparentava ter cinquenta anos e que tinha uma grande ferida na testa.
        
         O corpo estava já frio. Provavelmente o acidente fora provocado por um automóvel, pois viam-se sinais dos pneus que tinham passado sobre o peito da vítima.
        
         Fauvel telefonou a pedir o envio de polícias para conter a multidão que engrossava rapidamente. Uma hora mais tarde, o inspector ainda se encontrava no local.
        
         Depois de muito interrogar soube que a vítima era a senhora Nelmia, residente perto dali. Um vizinho, ao saber que a vítima não tinha os óculos que usava habitualmente, emitiu a opinião de que ela tivesse sido atropelada por um veículo que não vira e cujo condutor devia ter-se posto em fuga.
        
         Fauvel suspirou. Ainda não era aquele o dia em que teria repouso, apesar de estar tanto calor. Porque ele tinha a sua ideia sobre o caso.
        
         «Porque é que a mulher usava uma camisola masculina? E porque é que o seu cadáver fora atirado para a rua, naquele local? Porque era evidente que ela não fora atropelada… nem assassinada naquele ponto.

         Como é que o inspector sabia aquilo?    

     (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


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Solução do problema # 207
(Diário Popular # 5667 – 19.07.1958

Georges Hamon tinha abotoado o sobretudo à saída do bar. A circunstância de o seu fato estar manchado de sangue indicava que tinha despido o sobretudo antes de tocar no cadáver. Ora, em circunstâncias semelhantes não era natural que um marido pensasse em despir o sobretudo antes de auxiliar a mulher. Esse erro seria fatal a Georges Hamon.


Jarturice-208 (Divulgada em 28.Julho.2015)






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DE: J A R T U R
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segunda-feira, 27 de julho de 2015

JARTURICE 207

      Caros Amigos:
Mais um SETE, na numeração da Jarturice. E como sabem, o SETE foi um dos grandes mentores do "Policiário". Ainda teremos o DEZASSETE e o VINTE E SETE, e depois esta história acaba aí. Mas outras virão, e o SETE estará sempre presente na HISTÓRIA DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA. E ao lado do SETE, continuará para sempre
a sua DAMA DE ESPADAS.
Abraços do Jartur 

        
                              PROBLEMAS POLICIAIS – 210- # 207

                                                               (Diário Popular # 5667 – 19.07.1958)

        
         Georges Hamon saiu do bar. Nessa noite soprava um vento glacial. Estremecendo, abotoou cuidadosamente o sobretudo. E com as mãos nos bolsos desapareceu na escuridão. Estava contente consigo próprio: tudo decorrera segundo um plano minuciosamente estabelecido. A morte de Edith, sua mulher, não deixaria de ser atribuída pela Polícia a esse misterioso e inatingível criminoso que por duas vezes já impunemente levara a cabo suas façanhas.
                                                        *
         «Quando deixei Edith, pelas oito horas» - explicou Georges Hamon ao inspector Fauvel – dirigi-me, como todas as noites, para o Bar Globo onde, geralmente, passo alguns minutos, antes de fazer um curto passeio a pé e voltar depois para casa. Cheguei ao meu domicílio pelas nove horas, como também é costume. Fiquei surpreendido logo por encontrar a porta entreaberta. Mal a empurrei deparou-se-me este horrível espectáculo: Edith jazia no chão, num charco de sangue, mortalmente apunhalada. Ergui-a nos meus braços e levei-a para a sala de jantar onde a instalei num sofá antes de chamar o dr. Tournier. Mas eu não tinha ilusões: minha mulher estava morta. Como eu também estava cheio de sangue, lavei-me rapidamente e mudei de roupa antes da chegada do médico».
          O inspector Fauvel, que escutara atentamente essa descrição, insistiu com Georges Hamon para que se vestisse exactamente como estava no momento em que havia pegado em sua mulher. Georges fez isso e o inspector examinou-o. Havia, efectivamente, manchas de sangue nas calças e no jaquetão. Mas o colete impecável de Hamon não estava manchado.
         «O jaquetão estava abotoado o que explica tudo», disse Georges Hamon. Durante esse tempo, num compartimento vizinho, o adjunto de Fauvel rebuscava as algibeiras de um sobretudo – o de Hamon. Encontrou duas moedas de cem francos, outras de menor valor, um prospecto, duas luvas e uma boquilha.
         Enquanto Fauvel parecia reflectir, um agente entrou na sala. «Fui ao bar e verifiquei que confirmam as declarações do marido da vítima».
         «Muito bem» - declarou Fauvel. «Isso não melhora a vossa situação, Georges Hamon. Vai ser preso por crime de morte!». 

         Qual fora o erro cometido pelo criminoso?
        
        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso) 



  *     *     *     *     *








Solução do problema # 206
Diário Popular # 5660 – 12.07.1958)

O inspector Blanc deixou de seguir uma linha recta e efectuou um largo círculo na neve fresca.

Jarturice-207 (Divulgada em 27.Julho.2015)








APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt