(Diário Popular #
5276 – 15.06.1957)
Certo Inverno o Inspector Fauvel
encontrava-se a passar uns dias de férias, numa instância alpina, quando ao ler
um jornal, deparou com a notícia de um crime que havia sido cometido no dia
anterior, a poucos quilómetros dali. O jornal dava muitos pormenores do caso. O
Inspector ficou assim informado de que um guarda-florestal reconhecera, no doutor
Jean-Paul Ravin, o homem que vira, na véspera do crime, junto da pequena
moradia onde residia a vítima. Interrogado, o jovem médico reconhecera que,
efectivamente, o guarda-florestal o podia ter visto, protestando, todavia, a
sua inocência, quanto à morte da sua noiva, Christiane François.
O doutor Ravin
afirmava ter ido com Christiane dar um passeio pelas margens dum lago, distante
cerca de 40
quilómetros , na tarde de segunda-feira. Ao regressarem,
haviam discutido por uma bagatela. Christiane descera do automóvel e
dirigira-se para casa enquanto ele, enervado, se afastava no carro. Algum tempo
depois, encontrava-se já em Saint-Paul, a cerca de cinquenta quilómetros de
distância, e a sua passagem, ali, podia ser comprovada pelo dono de um «bar».
Voltara à
moradia, ao cair da noite – cerca das 17 e 30 - e notara a luz acesa. Entrara e
vira Christiane estendida no chão. Sobre uma mesa, encontrara dois copos, uma
garrafa de conhaque e uma caixa de comprimidos. Jean-Paul afirmava ter ficado
logo com a convicção de que Christiane estaria morta havia, perlo menos, duas
horas. Temendo ser incriminado, transportara o corpo para o seu carro e seguira
para o lago, onde os dois se haviam encontrado de tarde. Deixara aí o cadáver,
na superfície gelada do lago, e regressara.
No dia seguinte,
de manhã, o corpo de Christiane fora encontrado pelos patinadores. Um inspector
da Polícia, chegado imediatamente ao local, não tivera dificuldade em
identificar a morta, cujo corpo deixara o gelo nitidamente marcado. Christiane
vestia um trajo de patinagem, e envergava luvas grossas. Durante toda a noite
sentira-se, na região, um frio intensíssimo.
O artigo
concluía pela interrogação: «Quem terá sido, afinal, o autor do crime, dado que
o doutor Jean-Paul está presumivelmente, inocente?».
O inspector
Fauvel considerou que o seu dever era não ficar inactivo. Dirigiu-se ao
telefone e ligou para o inspector encarregado do caso. A conversa não demorou
muito:
- Aqui fala o
inspector Fauvel. Não sei em que ponto, estão as suas averiguações, mas, no seu
caso, prendia o médico.
É ele o criminoso.
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
(Diário Popular #
5262 – 01.06.1957)
O Inspector Fauvel notara que as rosas
haviam perdido parte das suas pétalas. Ora, estas pétalas não se encontravam
caídas sobre o tampo do aparelho de rádio… Por isso, alguém entrara nos
aposentos de Renoir e as fizera desaparecer.
Jarturice-161 (Divulgada em 11.Junho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@ariou.pt
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