domingo, 28 de junho de 2015

JARTURICE 177

                   
{PORQUE O DE ONTEM SAIU COM FALHAS, REPETE-SE HOJE}

                  (Diário Popular # 5393 – 12.10.1957)

Acompanhado do seu fiel adjunto, o inspector Fauvel decidiu, naquela noite, tomar lugar no automóvel-patrulha da Polícia. Uma vaga de agressão parecia submergir a capital, e tornava-se indispensável meter aquilo na ordem.
Por volta das 23 horas, porém, um temporal violento envolveu o carro da Polícia. Os turbilhões de chuva, sacudida por um vento terrível, que caía na frente dos faróis, davam, por instantes, a impressão de uma autêntica parede de água.
«Com este tempo não se pode andar no mar». – Comentou o adjunto. Neste momento, ouviu-se o posto de rádio do automóvel: «Allô, carro 18… Allô, carro 18… Houve uma agressão no primeiro andar do Boulevard Leopold, 103… Dirijam-se para lá, para ver…».
O motorista não demorou um segundo a dirigir o automóvel para o local indicado. Uma vez chegados ao Bolevard Leopold, os polícias do carro patrulha encontravam duas interessantes raparigas em grande estado de excitação. E o inspector Fauvel viu-se em dificuldades até que as raparigas lhe contassem uma história que tivesse alguma coerência.
Segundo as suas próprias declarações, as raparigas tinham chegado de automóvel. Mas este vinha ainda em movimento, já próximo do apartamento de uma delas, quando dois homens, surgindo da escada se aproximaram e, encostando-lhes os revólveres às costas, obrigaram a condutora do carro a parar. Então eles apoderaram-se das malas de mão das duas vítimas e fugiram.
- Têm a certeza de que as coisas se passaram assim? – perguntou-lhes o inspector Fauvel, pela segunda vez.
- Absolutamente. – Foi a resposta das raparigas, já um pouco calmas.
- Nesse caso, vocês tem de nos acompanhar ao Comissariado mais próximo – disse o inspector. E advirto-as já de que a acusação de ultraje aos agentes da ordem no exercício das suas funções lhes pode custar muito caro. Na Polícia, temos coisas mais sérias a fazer, do que ocuparmo-nos de gente como vocês! Venham».
E o inspector Fauvel, abrindo caminho, desceu a escada.

Porquê esta atitude?

          (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *








Solução do problema # 176
(Diário Popular # 5386 – 04.10.1957)

Se a artista se tivesse suicidado – como dava a entender a presença da cápsula na casa de banho – não podia haver manchas de sangue na face exterior da porta. Manifestamente, o crime fora disfarçado em suicídio.

Jarturice-177 (Divulgada em 27.Junho.2015)


APRESENTAÇÃO
E
DIVULGAÇAO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt



Sem comentários: