Caros e bons Amigos:
Depois da barbeação e uma boa banhoca, aqui estou a cumprir o envio diário duma tarefa "policiária".
Ainda é bem cedo, pois vou de viagem até Aveiro, para, depois de fazer uma caminhada desde a estação até ao Rocio, percorrer a Feira de Velharias, ir visitar os "estaleiros" onde o meu Amigo Saul Ferreira constrói as suas "grandes" miniaturas, modelos, de barcos de todo o mundo e de todas as épocas. Mas agora, de há uns meses a esta parte, dá forma e vida a todos os cartazes, reproduções e artigos artísticos de exposição, destinados ao III Salão de Banda Desenhada de Aveiro, que o seu talento, a admiração e amor a "O MOSQUITO", lhe impuseram realizar, a exemplo das duas edições anteriores, a primeira das quais de 5 a 9 de Outubro de 1977.
Depois, daqui a umas seis horas, estaremos com os joelhos debaixo de uma mesa, no restaurante "O GARFO".
Em cima, uma garrafa (de cada vez), uns pãezinhos, umas azeitonas, uma boa travessa de "bacalhau à garfo", algum apetite, e muita vontade de dar vivência à nossa amizade, conversando em abundância.
Depois, "falaremos" mais detalhadamente do III Salão, que vai dar que falar.
Abraços, Amigos.
Jartur
{escrito às 06.38 h}
(Diário Popular # 5400 – 19.10.1957)
O inspector Fauvel inclinou-se,
tirou da cintura do morto a faca de caça que estava na bainha e voltou-se para
Pierre Grand.
O estúdio em que
vivia Olivier Fernand estava numa desordem indescritível. Jacqueline, a
perturbante mulher de Pierre Grand, que estava presente, declarou:
«Eis como as
coisas se passaram, inspector. A mulher de Olivier precipitou-se no nosso
quarto, aqui ao lado, quando eu estava sozinha, e, irritada, acusou-me de a ter
enganado com o seu marido. E atirou-se a mim com unhas e dentes…»
«Agora vou eu
continuar – disse Pierre Grand. «A partir dessa altura é a mim que o caso diz
respeito».
O inspector
reparou que o vestido de Jacqueline não estava muito limpo e que tinha à frente
duas nódoas de gordura. E pôde observar também que sobre as chinelas da mulher
havia uma mancha de sangue. Quando ela passou diante da chaminé, onde crepitava
um fogo vivo, viu Jacqueline atirar rapidamente qualquer coisa sobre as chamas.
Pierre continuou
a falar:
«Eu e Olivier
regressávamos da caça quando encontrámos Carmen na escada. Ela precipitou-se
para o marido, lançou-lhe em cara uma onde de injúrias e depois seguiu para o
parque».
«Olivier e eu
entrámos na sala de jantar. Ele deu-me de beber e, subitamente, atirou-se a
mim, com a faca de caça na mão, acusando-me de o haver traído com a sua mulher.
Por duas vezes me tocou com a faca, mas tão atabalhoadamente que apenas
conseguiu rasgar-me o fato. Num gesto de defesa e cego de cólera, enquanto
Olivier se esforçava por me ferir com a sua arma, eu saquei da minha faca e
atingi-o num só golpe. Ele caiu…».
O inspector
Fauvel parecia distraído. Jacqueline reentrou nos aposentos de Olivier,
envergando agora um vestido impecável. O inspector observou-a um momento.
Talvez ele também a tivesse achado sedutora… Mas no momento em que parecia
particularmente interessado pelo quadro que oferecia a encantadora Jacqueline,
ele disse numa voz seca: «Olivier não foi morto enquanto vocês se batiam. Você
assassinou-o friamente, Pierre Grand!»
Como
pôde o inspector Fauvel adivinhá-lo?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 177
(Diário
Popular # 5393 – 12.10.1957)
As raparigas mentiam. Com a
tempestade que fazia naquela noite, dificilmente se acreditava que elas não
trouxessem os vidros do automóvel corridos até cima.
Ora, para que os dois homens
passassem um revólver pela portinhola do carro, quando este ainda ia em
movimento, era preciso que os vidros estivessem descidos
Jarturice-178 (Divulgada em 28.Junho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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