(Diário Popular # 5282 –
22.06.1957)
-
Agora, menina, conte-me com todos os pormenores, o assalto de que foi vítima.
Leonor
Rubens, a jovem que estava sentada diante dele, torcia as mãos febrilmente e
parecia muito excitada. Começou a falar num tom que denunciava o seu
nervosismo:
-
Pois bem… eu descia do meu carro defronte da casa de Lucier Carton. Um homem que
parecia estar à espera, aproximou-se de mim, cumprimentou-se e falou-me deste
modo: «Faça exactamente como eu lhe ordenar e não lhe acontecerá nada. Mas,
cautela, que eu tenho no bolso uma pistola apontada para si. Dê-me depressa
todas as suas jóias, sorrindo e falando comigo com o seu ar mais natural. Vá,
depressa, senão disparo». O homem tinha um ar tão decidido que eu fiquei
terrivelmente atemorizada. Dei-lhe precipitadamente tudo quanto ele pedia.
Depois, ele montou numa motocicleta e desapareceu. Eu bati à porta de Lucie
Carton e desmaiei…
O
Inspector Fauvel leu a lista das jóias roubadas: «Um bracelete de diamantes e
rubis; um pingente de rubis; um colar de pérolas; um diadema em diamantes e um
anel com brilhantes».
-
Tem a descrição pormenorizada destas jóias? – perguntou o inspector.
-
Não, mas a companhia de seguros deve tê-la com certeza. – respondeu Leonor.
-
Ah, estavam todas no seguro? – disse o inspector suspirando.
-
Certamente! – replicou a jovem.
O
Inspector Fauvel perguntou ainda:
-
Ia então jogar o bridge com a senhora Carton?
-
Sim.
-
A que horas foi o assalto?
-
Cerca das três horas da tarde.
-
É sempre a menina que guia o carro?
-
Sempre.
Fauvel
olhou fixamente a jovem e declarou:
-
A menina mente. Toda essa história é uma ficção urdida com a finalidade de
defraudar a Companhia de Seguros.
Como chegou Fauvel a essa conclusão?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
(Diário
Popular # 5276 – 15.06.1957)
Jean-Paul Ravin declarou que,
quando encontrara Christiane, estava morta havia, pelo menos, duas horas. Como
gastara cerca de uma hora para atingir o lago, situado a 10 quilómetros da
moradia, chegara lá, pelo menos, três horas após a morte de Christiane. Ora,
ela não estava morta há tanto tempo, pois, de contrário, o seu corpo não
poderia ter feito derreter o gelo. Isso acontecera porque o corpo ainda estava
quente.
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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