segunda-feira, 15 de junho de 2015

JARTURICE 165

                   
                             PROBLEMAS POLICIAIS – 168 - # 165
            (Diário Popular # 5303 – 13.07.1957)

                         Claudine Mazon, a encantadora e popular artista de teatro parecia dormir, afundada numa das cadeiras da sua confortável residência. Só um pequeno orifício na têmpora, onde se notavam laivos de sangue, deixava adivinhar algo de anormal. Na realidade, Claudine estava morta. Suicidara-se.
         Junto do braço direito da morta o adjunto do Inspector Fauvel recolheu com as maiores precauções, o revólver de que a artista se servira. Logo depois verificou que a arma não apresentava impressões digitais.
         Fauvel examinava silenciosamente o local, fumando um cigarro. Até que disse:
         - Mande chamar Maria, a criada.
         Entretanto, os seus olhos não se desprendiam da fotografia de um atraente jovem, assinada «Jean», e próximo da qual se encontrava um bilhete em que se lia:
                            «Querido Jean:
                            Perdoa-me, mas sou uma louca. Vendi tudo para evitar que os credores me arrastassem ao tribunal. Mas isso não bastou. Prefiro a morte…                                                                Claudine».
        
         - Não é comum vermos uma rapariga matar-se por causa das dívidas – murmurou o adjunto do Inspector Fauvel ao sair do quarto para ir buscar Maria.
         Quando a criada chegou, extraordinariamente perturbada, Fauvel perguntou-lhe:
         - Quem é este Jean?
         - É a «vedeta» masculina do espectáculo.
         - Por que não lhe enviou este bilhete, pois que lhe era destinado?
         - Desorientada como estava, nem pensei nisso.
         - Foi você quem descobriu o corpo da sua patroa?
         - Sim. Vinha trazer-lhe o pequeno-almoço, como todas as manhãs.
         - Jean não esteve com ela ontem à noite?
         - Sim. Mas, como frequentemente acontecia, deve ter saído já depois de eu estar deitada.
         - O Inspector Fauvel não teve necessidade de dizer nada: o seu adjunto já se dirigia ao andar de cima e trouxera o amigo da artista.
         A princípio Jean pareceu não ter compreendido o que se passara. Depois, ajoelhou-se perante Claudine, desesperado:
         - Claudine. Claudine, porque fizeste isto? 
         - No seu lugar, eu diria: «Porque fiz eu isto?» - interrompeu o inspector, com ar de poucos amigos.
         E acrescentou:
         - Está preso, Jean.

         O que levou Fauvel a tomar esta decisão?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *








Solução do problema # 164
(Diário Popular # 5296 – 06.07.1957)

O inspector sabia que era impossível a Panel distinguir se o assaltante era um homem ou uma mulher vendo-o apenas pelo buraco da fechadura, estando ele (ou ela) à distância de trinta centímetros… mesmo que a luz estivesse acesa.
 ~

Jarturice-165 (Divulgada em 15.Junho.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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