(Diário Popular #
5331 – 10.08.1957)
Depois de examinar o corpo de
Lawrenc Grafton, estendido no centro da sala de estar, Fordney ergueu-se. Coisa
estranha: a frase «Estamos no meio da vida…!» não cessava de lhe martelar na
cabeça. Com um aceno, interrogou Ben Conrad, que se mantinha de pé, a seu lado.
«Há
coisa de uma hora». – disse Conrad, que era sócio de Grafton - «Lawrence
telefonou-me, pedindo para cá vir. Disse-me que me apressasse, pois o assunto
era importante. Quando cheguei, ofereceu-me de beber, mas como os criados
tinham saído, foi ele mesmo à cave, buscar uma garrafa de aguardente velha.
Poucos minutos depois, voltou, trazendo dois cálices de aguardente. «Ben –
disse-me ele – vou-me embora. A polícia desconfia de que estou metido na burla
de Tiden, e anda a brincar comigo como o gato brinca com o rato. Tenho os
nervos arrasados!
«Depois,
Lawrence voltou-se, foi colocar-se em frente do retrato do avô, que estava
pendurado naquela parede, ergueu o copo, pôs-se a rir como um demente, e
bradou: Temos isto no sangue, avozinho!». – Levou o copo aos lábios, bebeu um
largo trago e desabou no chão. Como sabe, o velho Randolph suicidou-se.»
Fordney
dirigiu-se à biblioteca, para telefonar. Encontrou então, ainda metida na
máquina de escrever portátil, uma confissão quase completa da intenção que
Grafton formara de se suicidar.
Voltando
à sala de estar, examinou minuciosamente o retrato de Randolph. Sobre uma mesa,
por baixo do retrato, havia um copo, que Fordney indicou, perguntando:
- É seu?»
- Não; esse copo
é o de Lawrence» - respondeu Conrad. «O… o meu… parece-me que o levei para a
cozinha».
O Professor
inclinou o copo: no fundo, havia ainda um resto de aguardente envenenada.
- Tocou em algum
dos objectos que se encontram nesta sala?»
- Não, não
toquei em nada».
- Você – disse
Fordney – perdeu a cabeça depois de ter envenenado Grafton, não é verdade,
Conrad?»
Porque suspeitava Fordney de que Conrad envenenara Grafton?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 168
(Diário
Popular # 5324 – 03.08.1957)
Se Georges Brun tivesse sido
morto enquanto escrevia a sua carta à máquina, não teria podido retirar a
folha, visto que a morte fora imediata. O assassino dactilografara a carta e
procurara incriminar Marchand.
Jarturice-169 (Divulgada em 19.Junho.2015)
APRESENTAÇÃO
E
DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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