segunda-feira, 3 de agosto de 2015

JARTURICE 214

             
                         PROBLEMAS POLICIAIS – 217 - # 214
                            (Diário Popular # 5723 – 13.09.1958)
                                                                                     
         Elevando-se nas pontas das suas sandálias, Marie-Christine Lindy, envergando simplesmente uns «shorts» e uma blusa, mantinha o equilíbrio apoiando-se no braço de Robert Mettin e ria alegremente enquanto um dos participantes no piquenique tirava uma fotografia ao animado grupo. Alguns instantes volvidos, ela deixava os seus companheiros para regressar à pequena vivenda que com seu marido tinham alugado para as férias e que ficava a uns dois quilómetros, atravessando o bosque.
         Três horas mais tarde, Emile Lindy telefonava ao seu amigo Robert Mettin a pedir-lhe novas de sua mulher.
         - Mas ela deixou-nos, já há longo tempo e não voltei a vê-la depois disso. Eu vou aí. – respondeu Robert.
         Os dois homens encontraram-se a meio caminho entre as suas vivendas. E quase ao mesmo tempo deram pelo corpo de Marie-Christine estendido na berma da vereda.
         Pouco depois, o inspector Fauvel chegava ao local. Demoradamente, contemplou o corpo de Marie-Christine, as suas compridas pernas bronzeadas pelo sol, os seus pequenos pés metidos em alpargatas e dobrados sob ela. A posição do corpo não deixou de intrigar o inspector. Marie-Christine, aquela jovem e sedutora criatura, sempre pronta a rir alegremente, estava agora morta e bem morta. Uma bala tinha-a atingido na cabeça. O projéctil foi descoberto, ali perto, pelo inspector e sobre a relva estava um revólver.
         - Ela matou a minha mulher! Matou a minha mulher! – gritou, entretanto, fora de si, Emile Lindy, precipitando-se sobre Robert Mettin.
         - Não compreendo – balbuciou este – Com efeito, o revólver é o meu…
         Na sua residência, Jacques Neveux, outro dos participantes no piquenique, entregou ao inspector Fauvel uma prova da fotografia que tinha tirado algumas horas antes e que havia revelado imediatamente. O inspector examinou todos os personagens. Haveria, entre eles, um assassino?
         - Mas Marie-Christine não voltou a casa após o piquenique? – perguntou o inspector a Emile Lindy.
         - Não. Eu não saí de casa e tê-la-ia visto entrar. – foi a resposta.
         Acabrunhado, Robert Mettin não deu palavra durante esse tempo. Entretanto, a voz grave do inspector Fauvel fez-se ouvir:
         - O senhor mente. – disse ele a Emile. – Foi o senhor quem matou sua mulher!
                   Em que facto assentava a convicção do inspector Fauvel?    

                 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *








Solução do problema 213
(Diário Popular # 5716 – 06.09.1958)


Sylvain Nellard tinha sido chamado a Paris quando menos o esperava. Entretanto, Cadel conservava o reconhecimento de dívida no seu escritório. Nellard não podia, portanto, conceber que ele levaria o documento para a residência pessoal mais de uma hora antes de ter, ele próprio, recebido o telegrama que o chamava urgentemente a Paris. Assim, e apesar de circunstâncias perturbantes, era impossível provar que Nellard houvesse decidido assassinar Cadel.

Jarturice-214 (Divulgada em 03.Agosto.2015)







APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

Sem comentários: