(Diário Popular # 5886 –
28.02.1959)
O morto segurava na mão esquerda
o ás de espadas, o seu braço direito estava pendente e, no chão, via-se um
revólver.
O
inspector Fauvel examinou o corpo de Thomas Marton, que tinha a cabeça e o
busto tombados sobre a mesa de bridge. As cartas estavam espalhadas.
Fauvel levantou
a cabeça de Marton e nela viu, um pouco acima da fonte direita, um buraco
ensanguentado.
Logo que se
fizeram as fotografias e o corpo foi levado, o inspector sentou-se na cadeira
de Marton e notou que a extremidade da mesa apresentava, por sua vez, marcas de
sangue. Silenciosamente, ele estudou a disposição das cartas, enquanto o
sargento Cargo olhava com impaciência. A dama de copas estava, também, manchada
de sangue.
Marton, que
vivia sòzinho numa moradia, tinha sido descoberto por um velho amigo seu, às 21
e 30. A
porta não estava fechada à chave e as persianas estavam subidas.
O inspector
ajoelhou-se e deu uma volta pela sala, não encontrando, porém, o que esperava.
Dirigiu-se, então, à cozinha, fazendo sinal ao amigo de Marton para o seguir, e
Cargo acompanhou-os, bocejando…
«Isto aqui está
como quando cá chegou?» - perguntou Fauvel designando a banca seca.
«Não sei, porque
não entrei na cozinha» - respondeu o amigo de Marton.
«Conhece algumas
razões pelas quais Marton teria podido suicidar-se?».
«Pelo menos
cinco».
À pergunta
seguinte, formulada pelo inspector, o interpolado respondeu:
«Não sei onde
ele o guardava, quando o utilizava. Porquê?»
«Porque» -
acentuou Fauvel - «Marton não se suicidou. Foi assassinado e, depois, colocado
tal como o descobrimos».
Como
soube Fauvel que não se tratava de um suicídio?
(Divulgaremos
amanhã, a solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 234
(Diário
Popular # 5879 – 21.02.1959)
Se Helena Goret estivesse deitada no divã, a ler, quando foi
apunhalada, como a criada dizia, não haveria manchas de sangue no meio do divã,
que estaria coberto pelo corpo da morta.
Jarturice-235
(Divulgada em 24.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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