(Diário
Popular # 5907 – 21.03.1959)
Pierre Duroc, o comandante do
cruzador «L’Indomptable» mostrava-se imperturbável, enquanto o seu navio saía
lentamente da baía para mergulhar no espesso nevoeiro do mar.
Na camarata dos
oficiais, pairava um ar de mistério: ninguém, nem mesmo eles, sabiam o destino
para o qual o almirante da esquadra enviava o navio. O comandante navegava sob
ordens secretas que tinha recebido numa simples folha de papel antes da
partida. Mas nem ele nem o Estado-Maior do almirante, que se encontrava também
a bordo do cruzador, tinham posto ao corrente quem quer que fosse.
O ajudante de
campo do almirante e o inspector Fauvel estavam sentados no salão.
- Não gostaria
de saber qual o porto para que nos dirigimos, inspector? – perguntou o oficial.
- Estou ansioso
por sabê-lo – disse Fauvel sorrindo.
O oficial riu
por sua vez:
- Parece-me que
é a primeira vez, desde há muitos anos, que o inspector não consegue desvendar
um mistério. E, dizendo isto, estendeu a Fauvel a folha de papel que continha
as ordens secretas, acentuando:
- Está aqui
indicado o nosso destino, e o almirante disse-me que lhe pagava um a caixa de
charutos, se conseguisse descobrir o nome da cidade para onde nos dirigimos.
Devo dizer-lhe ainda que, não sendo nenhum dos que se indicam nesse papel,
neles se contém, afinal, a chave do enigma. Quer tentar?
Ao pegar no
papel, Fauvel viu que os nomes das cidades nele indicados eram os seguintes.
MADRID – CLERMOND – AGEN – BEIRUT – BRISTOL.
E, volvidos
alguns minutos, exclamou:
- Dê cá os
charutos!
E indicou o nome
do porto de destino.
Qual
era ele?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste
caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 237
(Diário
Popular # 5900 – 14.03.1959)
O criado tinha encontrado a porta envidraçada do estúdio
escancarada, às 6 e 30. E o inspector fechou-a às 6 e 50. Uma hora e quinze
minutos mais tarde, quer dizer, às 8 e 5, as rosas saídas da estufa conservavam
ainda toda a sua frescura e perfume. Isto bastou para convencer o inspector de
que alguém da casa tinha roubado as prendas e feito parar o relógio, atirando-o
em seguida ao chão: e, após ter deixado sinais de arrombamento na porta do
estúdio, deixara o local, alguns minutos somente antes das6 e 30, por saber que
o criado não tardaria a chegar. Ora, se a porta tivesse ficado aberta entre as
3 e 20 e as 6 e 50, as rosas saídas da estufa teriam murchado, batidas como
seriam pelo vento glacial que durante todo aquele tempo sopraria no
compartimento. O ladrão tinha, portanto, operado do interior.
Jarturice-238 (Divulgada em 27.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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