terça-feira, 11 de agosto de 2015

JARTURICE 222

         
          PROBLEMAS POLICIAIS – 225 - # 222
                   (Diário Popular # 5778 – 08.11.1958)             
         Por uma estranha coincidência, um raio de sol, filtrando-se através dos ramos e passando pela janela da pequena casa de madeira, cujo vidro estava quebrado, vinha iluminar o chão húmido e parecia brincar com a lâmina brilhante de uma máquina de barbear. O inspector Fauvel, ao entrar, contemplou o espectáculo e depois baixou-se, apanhando de um canto um candelabro de cobre delicadamente trabalhado. Era uma verdadeira peça de colecção, que se encontrava num local pouco susceptível de a valorizar.
         No dia anterior, uma rapariga de 18 anos fora encontrada ali assassinada, a algumas centenas de metros dessa casa de campo, situada a mais de vinte quilómetros da mais próxima habitação.
        
         No momento em que foi descoberta, a rapariga já devia estar morta – segundo a opinião dos médicos – havia 72 horas. Um velho pastor afirmava que vira o proprietário da casa de campo alguns dias antes e também no dia em que o crime devia ter sido cometido. Mas talvez ele estivesse enganado. Porque havia pelo menos uma pessoa pronta a testemunhar que René havia estado junto dela no decurso das últimas três semanas, sem nunca a ter abandonado, por mais de uma hora ou duas.
        
         O inspector Fauvel examinou cuidadosamente os restos do vidro da janela. Ficou surpreendido ao verificar que eles não bastavam para encher o espaço vazio da janela. A humidade no solo da cabana explicava-se facilmente. Na semana anterior chovera bastante…
        
         O polícia local, que acompanhara Fauvel, disse:
         - Creio, inspector, que teremos de renunciar a inculpar Carson. Revistámos a cabana toda e nada indica que ele aqui tenha estado desde há meses. Porque um homem não pode passar uma semana num sítio qualquer sem deixar sinais…
         - Estou de acordo consigo nesse último ponto. Mas aqui esteve alguém nestes últimos dias. Isso é inegável…

         Como é que o inspector chegara a essa conclusão?

        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 221
(Diário Popular # 5771 – 01.11.1958)

Arthur Morrot afirmara que as chaves do laboratório nunca eram tiradas da corrente que as prendiam a ele. Nessas circunstâncias, o inspector Fauvel não via como é que o químico podia ter deixado a chave na porta, para ir auxiliar a senhora do automóvel, sem a ter tirado da corrente. O químico mentia e se não era ele o autor do roubo, tinha um cúmplice.

Jarturice-222 (Divulgada em 11.Agosto.2015)

APRESENTAÇÃO
E
DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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