PROBLEMAS POLICIAIS – 244 - # 241
(Diário Popular # 5928 – 11.04.1959)
«Mas, meu caro
Fauvel» - disse Pierre Bouchard - «você está em contradição: ensina a
investigação do crime por processos científicos e, no entanto, mantém que, na
maioria dos casos, não se encontra o criminoso pela técnica, mas graças à
observação e ao bom senso».
«Sim, é exacto»
- disse o inspector a sorrir, enquanto aproximava o seu cadeirão do lume que
crepitava na lareira.
«Quando a
ciência se revela ineficaz é interessante ver os resultados que a lógica
permite obter. No caso Delachat, por exemplo, a defesa acentava inteiramente no
facto de que era necessário provar perante um júri, não demasiado científico,
que Julie Delachat era surda do ouvido esquerdo e que como o seu ouvido
direito, doente, havia sido tapado com algodão, ela não ouvira o tiro fatal,
disparado com um silenciador, na sala onde ela se encontrava. Como é que se
podia provar que ela tinha razão ou mentia?»
«Então –
prosseguiu Fauvel – a defesa escreveu duas cartas de texto diferente, mas com
igual tamanho que mostrou ao júri e sugeriu que elas fossem lidas em voz
baixinha aos ouvidos de Julie Delachat, a qual diria ao tribunal o que tivesse
escutado, e assim se fez. Julie repetiu sem hesitação o que lhe foi murmurado
junto do ouvido direito e afirmou que não ouvira nada do que lhe haviam
sussurrado junto da orelha esquerda…»
Bouchard pareceu
desconcertado e disse: «Parece-me que necessito de uma explicação. Julie era ou
não surda do ouvido esquerdo?»
Pode
o leitor dar uma opinião?
(Divulgaremos
amanhã, a solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 240
(Diário
Popular # 5921 – 04.04.1959)
Se o acidente se tivesse verificado como Luber e Fern Holt
pretendiam, Rita teria sido atirada para trás, para dentro do barco, e não para
a água. O choque provocado causou a fractura do crânio de Rita, posteriormente
atirada para a água pelos criminosos.
Jarturice-241
(Divulgada em 30.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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