domingo, 9 de agosto de 2015

POLICIÁRIO 1253



ESPIÕES EM GRANDE NÍVEL

Hoje é o dia de publicarmos a parte II da prova n.º 7, dando continuidade às nossas competições.
Como sempre acontece com as segundas partes das provas, o problema é de escolha múltipla, o que significa que é o ideal para quem está em gozo de férias, numa praia ou no campo, sempre muito perto de água, como convém em tempo de calor abrasador, porque a única “obrigação” é a de indicar qual a hipótese, de entre as que são facultadas no final do problema, é a correcta.
O desafio, que parece tratar de coisas de espionagem, afinal não passa de mais um problema policial em que a argúcia e alguns conhecimentos darão todas as respostas aos “detectives”.
Quanto ao autor, trata-se de um misterioso anónimo, certamente também ele a esconder-se nos meandros da espionagem… numa altura em que os candidatos a novos produtores de enigmas policiários terão emigrado para parte incerta, deixando o orientador deste espaço em apuros…

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2015
PROVA N.º 7 – PARTE II
“UMA HISTÓRIA DE ESPIONAGEM” – Original de “??”

Um mundo quase tão rico como o dos pescadores e caçadores no que toca a histórias e aldrabices, é o da espionagem. Não o da verdadeira espionagem, mas daqueles espiões de pacotilha, que logo aparecem debaixo de cada pedra e em cada esquina, depois de tudo passar, claro, que a espionagem é feita de secretismo…
Londres, 1944, noite escura, luzes apagadas que havia bombardeamentos à vista. Quatro vultos sentados na penumbra, à luz mirrada de um pequeno foco pregado no tecto, por cima de uma mesa escura, trocavam piropos e provocações, enquanto prosseguiam uma animada partida de cartas. O maldito campeonato já durava há vários meses e parecia que ia ter o seu epílogo nesse dia, quando um dos contendores atingisse a sétima vitória.
John aparentava ser o inglês típico, com dicção carregada, andara pela guerra, mas a idade não perdoava e acabou por ter de recuar um bocado, para a trincheira da espionagem, segundo afirmava e contava “só aos amigos mais íntimos”, porque isto de ser espião tinha muito que se lhe dissesse! Faria tudo pelo sucesso da sua pátria, incluindo a morte!
Jack era irlandês e vivia há muitos anos em Londres, segundo dizia, mas nunca deixou de ser um bom irlandês e um bom espião ao serviço da causa da Liberdade contra os nazis. Não conseguira ir para a frente da batalha por causa de maleitas antigas, mas arriscava a vida todos os dias nas suas tarefas heróicas da espionagem. Um herói incógnito, como convinha!
Alex era um escocês que bem poderia ser retirado da imagem de qualquer rótulo de garrafa de whisky. Contava que a sua vida foi sempre ao serviço e muitas das maiores façanhas da espionagem moderna tinham a sua marca. Nunca tentara combater nas tropas porque a sua vida fora sempre mais para lutas discretas e muito sensíveis e graças a si muitas vitórias tinham sido obtidas, a partir de informações suas.
Finalmente Eduard, um galês dos quatro costados, capaz de tudo pela sua terra, mas sobretudo contra os nazis, que combateu até ser ferido, os outros dizem que se foi ferido, foi só no orgulho, porque nunca pegou numa arma. Mas ele insistia que sim e que depois se tornou espião, ao serviço de Sua Majestade.
Os quatro espiões, como se fossem, cada qual à sua maneira, o James Bond, ali estavam, a jogar às cartas uma supremacia que estava na cabeça de cada qual.
Ao longe, ouviu-se o barulho de passos apressados e logo depois o ruído intenso de uma porta arrombada, caindo em mil pedaços, dando passagem a um grupo de militares armados.
Os quatro puseram-se rapidamente em pé e, à voz de comando do oficial, elevaram os braços em rendição:
- Considerem-se detidos! – gritou.
- Detido, eu? Um herói nacional e um fiel súbdito de Sua Majestade? - replicou Eduard com a sua pronúncia característica. Eu, que já fui ferido em serviço!? E com que acusação, posso saber?
- Traição! É assim que tratamos os espiões! E pelo menos um de vós é espião!
Depois de revistados, já sentados nos seus lugares, sob vigilância apertada, foram falando:
- Seguramente, não sou eu! Um ferido em combate, traidor? – insistiu Eduard cada vez mais irritado.
- Muito menos eu com a minha alma escocesa! Se há alguém que nunca se venderia, esse alguém, sou eu! Quem é da terra do whisky, quem é? Traidor, jamais!
- Não me digam que andei a jogar com um traidor! Não posso acreditar, todos se armavam em heróis, mas o único aqui sou eu! – afirmou o Irlandês. Eu já desconfiava de tanto heroísmo. Acho até que não há aqui um traidor, mas mais…
- Eu sou bem inglês e ninguém me chama traidor, muito menos agora, que estava prestes a ganhar este jogo e completar esta coisa que dura há tanto tempo! – gritou, visivelmente irritado Jonh enquanto partia o bico do lápis de tanta força fazer ao traçar o sete, completando o desenho do número. - De qualquer das formas, ganhei, cambada de traidores, quem joga como eu merece ser campeão!
O oficial elevou a voz e revelou:
- Há aqui um traidor e ele é…
A- John
B- Jack
C- Alex
D- Eduard

 E pronto!
Em férias, ou ainda a trabalhar, todos os confrades e leitores são nossos convidados para virem dizer de sua justiça, remetendo, impreterivelmente até ao próximo dia 15 de Setembro, a letra correspondente à opção tomada, para o que poderão usar um dos seguinte meios:
- Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para um dos endereços:
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

É claro que por aqui ninguém impede os confrades de escreverem o que quiserem e responderem como melhor aprouver, mas a indicação explícita da letra por que optam é obrigatória para a obtenção da pontuação máxima.
Depois, cada qual pode dar aso à sua imaginação, aos seus dotes de escrita, sem qualquer restrição. Aqui nunca houve, nem haverá, censura de qualquer espécie!

Boas deduções, com votos de excelentes férias para quem as tem!



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