terça-feira, 4 de agosto de 2015

JARTURICE 215

                      PROBLEMAS POLICIAIS – 218 - # 215
                    (Diário Popular # 5730 – 20.09.1958)
        
         Nenhuma luz brilhava no modesto pavilhão de caça de Jean Leplassier, em pleno coração da Sologne. O inspector Fauvel acendeu a sua potente lanterna eléctrica e, seguido pelo dr. Rovin, entrou no pequeno edifício. Na sala principal, encontrou Robert Migrant prostrado numa cadeira, diante de uma mesa sobre a qual, se encontravam ainda um candeeiro a petróleo, cujo depósito estava apenas meio, alguns cartuchos e uma escova utilizada pelos caçadores para limpar os canos das suas espingardas. O inspector Fauvel notou, ainda, que o morto apresentava um horrível ferimento no pescoço, que tinha um avental sobre os joelhos e que no chão se encontrava a arma de caça que o tinha matado.
         - Não consigo explicar a mim próprio como um caçador tão experimentado como Robert Migrant pôde matar-se a limpar a sua espingarda – comentou o dr. Rovin.
         O inspector, porém, pensava noutra coisa.
         - Há quanto tempo ocorreu a morte? – perguntou ele, consultando o seu relógio de pulso.
         Eram 20 e 12, e a noite descera já havia bem uma hora.
- Por aquilo que posso ajuizar, está morto há cerca de 24 horas…
O inspector Fayvel, concentrando as ideias, lembrou-se de que a neve tinha deixado de cair na noite anterior, por volta das 20 e 15. Entretanto, como as únicas pegadas visíveis no caminho até ao pavilhão haviam sido deixadas, uma trintena de minutos antes, por Paul Otet, que, descobrindo o drama, tinha ido advertir a polícia, o inspector disse para consigo que a primeira coisa a fazer era descobrir a ultima pessoa que vira Robert Migrant com vida.
E isso, não levou muito tempo a conseguir. Algumas horas mais tarde, dois homens se encontravam diante do inspector Fauvel e respondiam às suas perguntas.
- Por aquilo que me diz, inspector, parece que Georges e eu fomos os últimos a ver Robert com vida…- declarou, de súbito, Jules Nilllet.
O seu colega, Georges Viet, aquiesceu com um sinal de cabeça:
- Fomos visitar Robert Migrant ontem à noite, pelas 19 e 30. Convidámo-lo a ir caçar hoje connosco, e respondeu-nos que iria possivelmente mas que não esperássemos por ele. Deixámo-lo por volta das 20 horas, enquanto ele se preparava para limpar a sua espingarda, exactamente no sítio em que o inspector o encontrou…
Fauvel franziu as sobrancelhas. Pelo que ele sabia, Jules Nollet e Georges Otet eram dois «bon-vivants». E, no entanto, via-se obrigado a supô-los autores de uma morte horrível.

Porquê?

        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 214
(Diário Popular # 5723 – 13.09.1958)

       Emile Lindy sustentava que sua mulher não tinha voltado a casa. Ora, se ela calçava sandálias durante o piquenique, e ao ser encontrada morta estava de alpargatas. Ela tinha, portanto, voltado a casa e Emile mentia. Havia, portanto, fortes razões para se supor ter sido ele o culpado.  

Jarturice-215 (Divulgada em 04.Agosto.2015)





APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
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