PROBLEMAS POLICIAIS – 218 - # 215
(Diário Popular #
5730 – 20.09.1958)
Nenhuma
luz brilhava no modesto pavilhão de caça de Jean Leplassier, em pleno coração
da Sologne. O inspector Fauvel acendeu a sua potente lanterna eléctrica e,
seguido pelo dr. Rovin, entrou no pequeno edifício. Na sala principal,
encontrou Robert Migrant prostrado numa cadeira, diante de uma mesa sobre a
qual, se encontravam ainda um candeeiro a petróleo, cujo depósito estava apenas
meio, alguns cartuchos e uma escova utilizada pelos caçadores para limpar os
canos das suas espingardas. O inspector Fauvel notou, ainda, que o morto
apresentava um horrível ferimento no pescoço, que tinha um avental sobre os
joelhos e que no chão se encontrava a arma de caça que o tinha matado.
-
Não consigo explicar a mim próprio como um caçador tão experimentado como
Robert Migrant pôde matar-se a limpar a sua espingarda – comentou o dr. Rovin.
O
inspector, porém, pensava noutra coisa.
-
Há quanto tempo ocorreu a morte? – perguntou ele, consultando o seu relógio de
pulso.
Eram
20 e 12, e a noite descera já havia bem uma hora.
- Por aquilo que
posso ajuizar, está morto há cerca de 24 horas…
O inspector
Fayvel, concentrando as ideias, lembrou-se de que a neve tinha deixado de cair
na noite anterior, por volta das 20 e 15. Entretanto, como as únicas pegadas
visíveis no caminho até ao pavilhão haviam sido deixadas, uma trintena de
minutos antes, por Paul Otet, que, descobrindo o drama, tinha ido advertir a
polícia, o inspector disse para consigo que a primeira coisa a fazer era
descobrir a ultima pessoa que vira Robert Migrant com vida.
E isso, não
levou muito tempo a conseguir. Algumas horas mais tarde, dois homens se
encontravam diante do inspector Fauvel e respondiam às suas perguntas.
- Por aquilo que
me diz, inspector, parece que Georges e eu fomos os últimos a ver Robert com
vida…- declarou, de súbito, Jules Nilllet.
O seu colega,
Georges Viet, aquiesceu com um sinal de cabeça:
- Fomos visitar
Robert Migrant ontem à noite, pelas 19 e 30. Convidámo-lo a ir caçar hoje
connosco, e respondeu-nos que iria possivelmente mas que não esperássemos por
ele. Deixámo-lo por volta das 20 horas, enquanto ele se preparava para limpar a
sua espingarda, exactamente no sítio em que o inspector o encontrou…
Fauvel franziu
as sobrancelhas. Pelo que ele sabia, Jules Nollet e Georges Otet eram dois «bon-vivants».
E, no entanto, via-se obrigado a supô-los autores de uma morte horrível.
Porquê?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste
caso)
* *
* * *
Solução do problema # 214
(Diário Popular #
5723 – 13.09.1958)
Emile Lindy sustentava que sua mulher não
tinha voltado a casa. Ora, se ela calçava sandálias durante o piquenique, e ao
ser encontrada morta estava de alpargatas. Ela tinha, portanto, voltado a casa
e Emile mentia. Havia, portanto, fortes razões para se supor ter sido ele o
culpado.
Jarturice-215 (Divulgada em 04.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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