(Diário Popular #
5771 – 01.11.1958)
«Nunca
me separei da chave do meu laboratório desde há um mês a não ser uma ocasião,
durante cerca de vinte minutos.» - explicava Arthur Morrot, director de um
laboratório de produtos farmacêuticos.
«Tinha-a
deixado na fechadura uma noite, quando ouvi a voz de uma mulher que pedia
auxílio na estrada. Precipitei-me e deparou-se-me uma senhora, ainda jovem,
que, com ar desolado, observava um pneu do seu carro, que estava vazio. Como o
local é muito deserto, ajudei-a a mudar a roda. Só quando estava quase a acabar
é que me recordei que deixara a chave na porta do meu laboratório.
Precipitei-me para a recolher e felizmente, encontrei-a.
-
Mas – interrompeu o inspector Fauvel – quem poderia adivinhar, mesmo admitindo
que essa mulher estivesse a representar uma farsa, que deixaria a chave na
porta, tendo assim a possibilidade de se apoderar das vossas valiosas fórmulas?
O
químico abanou a cabeça. «Pois isso é que lança mistério no caso. E como é que
poderei suspeitar dos meus dois colaboradores, que possuem essa chave? Se eles
quisessem, em qualquer outra altura poderiam ter roubado esses planos…»
-
Onde costuma deixar as suas chaves à noite?
-
Desde que instalei o meu laboratório neste local, nunca tiro as chaves da
corrente em que as trago. À noite, coloco as chaves e a corrente numa caixinha
que ponho debaixo do meu travesseiro.
O
inspector abanou a cabeça. Decididamente, aquele químico julgava que era fácil
enganá-lo e lançá-lo numa falsa pista, como a dessa senhora que tinha um pneu
vazio…
Ele
enganava-se.
Porquê?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste
caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 220
(Diário
Popular # 5764 – 25.10.1958)
Ao apanhar a espingarda, o inspector reparara que a patilha de
segurança da arma estava travada. Ora essa patilha devia ter sido destravada
para que a arma se pudesse ter disparado, matando Charles! Isto indicava que
Christian havia assassinado o amigo e que na sua loucura tinha travado a
espingarda, assinando assim o seu crime
Jarturice-221 (Divulgada
em 10.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamed@ aeiou.pt
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