AS DIFICULDADES DE UM EMPRESÁRIO TEATRAL
E CONCURSO DE CONTOS MANUEL CONSTANTINO
O desafio desta semana leva-nos ao Teatro,
numa ficção muito bem arquitectada pelo autor, que nos transporta para dentro
de um mundo que sempre imaginamos como algo misterioso, mas agradável, por
traduzir, quase sempre, memórias de momentos felizes.
O Teatro, queiramos ou não, povoa o nosso
imaginário, sobretudo quando vivemos em meios pequenos, desprovidos ou carentes
de actos culturais, em que a presença física de uma companhia, com qualquer
peça teatral, é sempre um acontecimento marcante. Recordamos, com alguma
nostalgia, as matinés do vetusto e grandioso Teatro Avenida, em Viseu, quando a
enorme sala de espectáculos esgotava na passagem de alguma companhia de teatro.
Era um acontecimento marcante na vida da cidade, numa altura em que o Teatro
Viriato estava desactivado e não passava de um armazém de mercearia, situação
que se prolongou por anos e anos!
Mas, deixemos as nossas memórias, para darmos
a palavra aos “detectives”, na tarefa de auxiliar este empresário em
dificuldades:
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL -
2015
PROVA N.º 5 – PARTE II
QUEM “OKUPOU” O PALCO? – Original de ZÉ DA
CLAQUE
Um conhecido e muito contestado
empresário teatral português vive um verdadeiro pesadelo. As cartas ameaçadoras
que o trazem desassossegado caem quase de hora a hora sobre a sua secretária,
trazidas ora pelo ponto, pelo diretor de cena, pelo sonoplasta ou pelo
maquinista de cena. O primeiro trouxe-lhe as cartas assinadas pela Comédia, o
segundo foi o portador das missivas do Drama, o terceiro foi o mensageiro dos
escritos da Tragédia e o quarto foi o emissário da Farsa. Em todas as cartas se
manifesta um muito veemente protesto contra o repertório atualmente levado a
cena no teatro, exigindo grandes e urgentes mudanças na filosofia da
programação, sob pena de serem tomadas medidas drásticas. Preocupado, o
empresário não sabe o que fazer.
De súbito, a Revista entra pela
porta do escritório do empresário aos gritos: «Vasco, Vasco, estamos perdidos.
Os membros da orquestra e do corpo de baile foram sequestrados. As plumas que
embelezam os fatos das coristas e as purpurinas que dão brilho às chefes de
quadro levaram sumiço, os telões dos dois finais foram danificados… E o palco
foi ocupado por um grupo de gente estranha, vestida de trajes de tempos muito
remotos, formando uma personagem única que tem por missão contar parte de um
enredo. Dois outros tipos mataram-se mutuamente numa batalha e apenas um deles
foi sepultado. Por via disso, a irmã destes revoltou-se e exige o mesmo
tratamento para os dois, nem que isso custe a própria vida. O tio da rapariga
não tolera o seu procedimento. O confronto entre ambos adensa-se e a jovem
entrega-se à morte».
Pouco tempo depois, alguns
técnicos entram a correr no escritório do empresário. Diz o ponto: «O que faço,
Sr. Vasco? Eu não tenho o texto daquela peça, por isso não posso ajudar os
atores caso eles precisem». Acrescenta o diretor de cena: «E eu não tenho o guião
do espetáculo, não sei quem entra e sai de cena, que mutações são necessárias e
em que deixas». Afirma o sonoplasta: «A banda sonora que preparei não se adapta
a este tema. Não sei o que fazer». Remata o maquinista de cena: «Eu também não
posso fazer nada, a não ser baixar o pano ou deixar seguir o espetáculo».
O empresário questiona-se: «Mas
afinal quem ocupou o palco?»
A- FARSA
B- TRAGÉDIA
C- DRAMA
D- COMÉDIA
E pronto.
Agora, resta indicar a alínea que cada um
dos “detectives” entender correcta e, impreterivelmente até ao próximo dia 30
de Junho, exercer o direito a responder, para o que poderá usar um dos
seguintes meios:
- Pelos Correios para
Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para um
dos endereços:
- Por entrega em mão
ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
CONCURSO DE CONTOS MANUEL CONSTANTINO
O Concurso de contos foi organizado pela
Tertúlia Policiária da Liberdade e pretendeu constituir uma peça da homenagem
prestada ao confrade Manuel Constantino, também ele um “construtor” de
excelentes enredos, que transformou em problemas policiais.
Inserido no programa do Convívio de
Almeirim, realizado no passado dia 17 de Maio, a divulgação dos premiados e a
subsequente entrega dos respectivos prémios, foi um dos pontos altos do
certame.
Foi feita a apresentação do Júri, presidido
por Joel Lima, um dos “monstros sagrados” da Literatura Policial, que foi
responsável pela célebre Colecção Vampiro e Presidente do Clube Português de
Literatura Policial, entre muitas outras actividades em redor do fenómeno
policial; Domingos Cabral, sobejamente conhecido como produtor, solucionista e
grande dinamizador do Policiário, orientador de inúmeras secções, muitas vezes
premiado, incluindo títulos de campeão nacional. Em breve será o editor de
antologias que prometem ser um acontecimento muito relevante; Cloreano de
Carvalho, outro vulto enorme do policial português, sempre no topo de todas as
iniciativas que fizeram grande parte da nossa História Policiária.
A acta, lida pelo presidente do júri,
relevou a qualidade dos escritos concorrentes, que fizeram jus ao valor do
homenageado, tendo deliberado atribuir as três menções honrosas que o
regulamento permitia e o prémio Manuel Constantino, ao vencedor do concurso.
As menções honrosas, sem qualquer valoração
especial entre si e que aqui apresentamos por ordem alfabética dos pseudónimos
por que são conhecidos os seus autores, foram atribuídas:
- DETECTIVE JEREMIAS, com o conto “A
Primeira Vez”;
- JARTUR, com “Tremenda Mariscada”;
- RIGOR MORTIS, com “Jantar de Família”.
Finalmente o prémio principal, com o nome
Manuel Constantino, que foi atribuído ao conto “2”, de autoria do INSPECTOR
FIDALGO/LUÍS PESSOA e que foi entregue pelo homenageado, num momento de
particular emotividade.
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1 comentário:
parabéns L.P. pelo teu primeiro lugar. forte abraço do amigo ao dispor, abrótea
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