domingo, 5 de julho de 2015

"2" - ORIGINAL DE LUÍS PESSOA/INSPECTOR FIDALGO

CONCURSO DE CONTOS MANUEL CONSTANTINO

{VENCEDOR
AUTORIA: LUÍS PESSOA/INSPECTOR FIDALGO, 
QUE ASSINOU O TRABALHO COMO  "DÍADE"}






 “2”


Celso desceu a encosta num ápice, gritando a plenos pulmões:
- Vem aí, vem aí…
Vários pares de olhos voltaram-se para o caminho de terra batida que dava acesso ao largo, procurando vislumbrar o visitante. Exclamações de espanto indiciavam que as visitas não eram frequentes por aqueles lados.
No alto de um pequeno outeiro, em frente, o varandim de uma casa de maiores dimensões reunia algumas figuras femininas, que mediram de alto abaixo, o intruso.
Celso apresentava-se, pateticamente, como se tivesse feito uma descoberta especial:
- Sou o Celso, chamo-me Celso. E tu, és quem?
- Eduardo, mas todos me chamam Edu.

As escassas dezenas de metros que os separavam da grande casa, fizeram sentir a Edu que era ali que se centrava o poder daquela comunidade, bem comprovado com o ar respeitoso e até temeroso com que o Celso se dirigiu à mulher que vestia de branco, em tom baixo, tão baixo que Edu não conseguiu entender do que falavam.
Celso aproximou-se e segredou-lhe:
- Vai lá, Cília vai receber-te. Tem cuidado com a forma como falas, elas têm poder aqui…

- Entra Eduardo. Estás mudado, muito mudado, mesmo…
Aquela voz… algo lhe fez despertar memórias, de há muitos anos…
- Cília… o nome diz-me algo… Cília… espera, serás a Cecília que eu conheci há anos, em casa do professor Armando…
- Recordas-te! Eras ainda um rapaz, bem espigadote, por sinal. Lembras-te de tudo o que passámos?
- Claro! Senti um desgosto terrível quando percebi que não eras minha, que afinal tinhas outros e eu, na minha inocência de adolescente, fiquei mesmo abalado.
- Ora essa! O Armando tinha a mania do ensino, passava a vida a dar aulas e explicações, sobrava eu. Era sempre eu que estava a mais…Mas gostava mesmo de ti e o que fizemos ficou nas recordações. E quem recorda nunca está só.
- Pois, mas eu já fazia planos para fugir contigo, para irmos para uma ilha deserta e coisas assim, de amor e uma cabana e foi um choque quando naquela manhã estava à tua porta, à espera que o professor Armando se afastasse para ir ter contigo e o que vi foi o Telmo a entrar e tu a recebê-lo com aquele robe transparente que eu mais gostava de ver em ti… Foi um choque…
- Águas passadas…
- Diz-me o que fazes aqui… Nem sei onde estou, o meu carro avariou lá em cima, na estrada e fui andando, andando, até encontrar o Celso, que me trouxe até aqui…
- Não interessa onde estás, interessa que estás cá. Vem comigo…
Levou-o para um compartimento amplo, com janelas rasgadas, de onde se vislumbrava uma aldeia calma, limpa e ordenada. Sentou-se no sofá e convidou-o a fazer o mesmo, com um leve toque no assento.
- Este é o meu mundo, agora. Descobri-o, descobri-me e sinto-me feliz.
- És tu quem manda aqui?
- Não é propriamente mandar. Temos uma comunidade que decidiu viver de forma diferente e todos os que cá estão querem cá estar. Não há ninguém contrariado. Não temos dinheiro, não há bens nem propriedades, cada um tem a sua habilidade, faz o que sabe fazer e cede aos outros o que eles precisam, recebendo deles o que precisa. Estamos todos felizes, assim…
- Parece o paraíso…
- Nem tudo é o que parece… há carências.
- De quê, por exemplo?
- De crianças, da sua animação e irreverência, sabes, sempre estive muito rodeada de crianças e jovens, alunos do meu marido, entendes? Animais, que não temos… sinto falta de um cão ou de um gato…
Cília remexeu-se no sofá, fazendo a saia subir, deixando ver as pernas bem torneadas, já suas conhecidas, despertando nele um desejo esquecido… Avançou com a mão, percorrendo lentamente a pele suave e quente…
- Chega! - quase gritou Cília. - Aqui são as mulheres que mandam, também no amor e no sexo. Nenhum homem pode fazer o que fizeste!
- Queres dizer que só quando uma mulher manda é que um homem…
- Assim é, de facto. Mas não podias saber… Vem, Edu… Não sei o que queres fazer, se queres ficar ou partir, se tens alguém à tua espera, algures… Se ficares, construiremos uma casa para ti, para já podes ficar com o Celso, que te ajudará no que precisares.

Naquela noite, Edu não conseguiu dormir, por mais que tentasse. Não conseguia saber onde estava nem o que fazia ali. E o misterioso encontro com Cília… Tinha ideia de ter sabido da sua morte, mas afinal… E ele acabara com Vera, depois de alguns anos de bom relacionamento… Era tudo muito confuso e pareciam coincidências a mais. Até a forma como ali foi parar.
Mas foi magnífico estar com a Cília…

A manhã despertou fresca, de uma frescura adocicada, quase primaveril. Edu seguiu o ruído e o odor que se espalhavam pelo ar e deu com o Celso a remexer vigorosamente um panelão escuro, onde borbulhava um líquido viscoso e esverdeado. Não deixou de pensar na poção mágica de Asterix…
- Bom dia! – Saudou Celso pondo o melhor sorriso.
- Bom dia. Que é que estás a fazer?
- Segredo… Não é segredo, estou só a brincar contigo! Testo uma nova combinação de plantas. Sabes, tenho um laboratório e fiz uma descoberta que vai dar estrondo!
- Explosiva?
- Não, em sentido figurado. Vai dar brado. Vou dizer-te, mas não contes a ninguém: encontrei uma fórmula que vou começar a dar aos meus pais. Quero que sejam os primeiros a ganhar com ela. Depois conto-te e também vais poder tomá-la, se quiseres!

Edu foi dar uma volta pelas imediações. Precisava de assentar as ideias e pensar o que ia fazer no futuro próximo. Redescobrira Cília, deixara para trás a vida em derrocada que levava desde a separação, parecia estar numa espécie de paraíso, não havia mais prestações para pagar, contas e mais contas… Não sabia em que pensar, verdadeiramente.
As pessoas com quem se cruzava eram simpáticas e amigáveis, todas tinham uma palavra para ele. Um era pintor, outro carpinteiro, construtor, ou qualquer outra coisa e todos fizeram oferecimentos. Só ele nada tinha para oferecer. Podia dizer “sou polícia”, mas isso servia para quê e para quem, numa comunidade em que não havia crimes nem infracções, em que as pessoas partilhavam as suas competências e o produto da sua labuta, sem qualquer interesse, sem outra paga que não fosse receber de todos os outros aquilo que eles faziam e produziam. Tudo tão linear e simples que até parecia impossível.
Se ficasse, se decidisse dar esse passo, tinha de encontrar uma nova vocação, um novo interesse que pudesse partilhar! E um local para construir o seu mundo.
Durante quase todo o dia percorreu as cercanias e inteirou-se dos locais onde poderia vir a instalar-se, sem colidir com os interesses de alguém, nem destruir o equilíbrio natural, vindo a encontrar um terreno belíssimo, junto a um lago de água límpida, ladeado de árvores frondosas.
Vinha maravilhado com a sua descoberta, quando começou a ouvir sons de vozes alvoraçadas, que deram lugar a uma aglomeração de pessoas, em torno de alguém que jazia, no meio do caminho.
Aproximou-se, deixando o seu instinto de polícia manifestar-se. Só podia ser um acidente, pensava, mas que tipo de acidente?
Notou que as pessoas se calaram repentinamente, com a sua chegada e afastaram-se, desconfiadas.
Pensou ser natural, ele era um estranho para eles, apesar de tudo.
Olhou em redor e aproximou-se. Era o Celso e tinha um orifício na camisa, mais ou menos a meio das costas. Não havia qualquer vestígio de sangue, mas ao afastar a camisa, verificou uma penetração profunda, semelhante à de um projéctil.

Cília chegou, entretanto, nem acreditando naquilo que lhe contaram, de que alguém poderia ter cometido um atentado, na sua terra! Todos se afastaram, respeitosos, enquanto questionou Edu:
- Que se passou? Diz-me! Nunca houve tal coisa por aqui. Foste tu?
- Eu? Como podes pensar isso? Ao Celso, que foi a primeira pessoa que vi aqui e em casa de quem estou?
- Sei lá, só tu vieste recentemente e ficas a saber que ordenei uma busca às tuas coisas. Há lá uma arma. E isto parece ser obra de um tiro, que queres que pense?
- Não fui eu, Cília, juro-te que não fui eu. Nem estive em casa, venho do outro lado. Tens por cá um assassino à solta…
- Assassino, aqui? Impossível! Ainda és polícia, não és? Vê se descobres o que se passou…
- Espera, tenho uma série de perguntas a fazer, não é assim tão fácil descobrir alguém num sítio que não se conhece. Há muitas coisas que preciso saber… Não sei onde estou, as pessoas não deitam sangue quando são feridas, não há crianças nem animais, não percebo, já é quase noite e ninguém faz comida, não vejo ninguém comer, mesmo eu não consigo ter fome, as casas não têm cozinha nem sanitários, bolas, o que se passa, onde estou?
- Mais logo, à tardinha, vai ter comigo a minha casa…
Edu tinha na cabeça um turbilhão de questões e dúvidas, que quase não o deixavam respirar. Sentia-se asfixiado, entre o amor redescoberto e um mundo que parecia irreal. Ia encontrar-se com Cília e esperava obter resposta para os novos enigmas que surgiam a cada momento.

Verificou que havia um grande movimento e que quase todos os homens da terra estavam por ali, juntando-se às mulheres que viviam na casa ampla e comunitária. Cília chamou-o à parte e foram para a sala principal, apenas os dois, como namorados furtivos.
- Não entendes o que se passa?
- Não, confesso que não.
- Olha, esta comunidade é controlada pelas mulheres com idade fértil, que vivem em comunidade nesta casa maior. São elas que chamam os homens que desejam, na altura que pretendem e é aqui que se relacionam. Nenhuma mulher pode ir à casa de um homem, nem relacionar-se lá fora. Assim conseguimos regular completamente a natalidade, para que nunca haja filhos…
- Não entendo! Qual é o problema?
- É assim…
- Então, todos os homens vivem lá para baixo, em casas próprias e as mulheres, todas, vivem aqui, é isso?
- Sim.
- E encontros, só aqui e a pedido das mulheres?
- Só.
- Mas eu vi casais a viverem no vale que leva ao lago, não pertencem a esta comunidade?
- Pertencem, mas são já casais em idade infértil, são idosos. Quando envelhecemos, chamamos o nosso homem favorito e vamos com ele para uma dessas casas, até chegar a hora de darmos lugar a outros.
- Estranho, mas o Celso falou-me dos pais… Estava a mentir?
- Não. As regras nem sempre foram estas e na altura em que o Celso nasceu, havia envolvimentos que davam filhos e estes nasciam, mas isso foi há muito tempo, antes de nos mudarmos todas para esta casa.
- Então os pais do Celso estão vivos e moram cá?
- Sim.
- As pessoas aqui não comem, não precisam?
- Estás com fome?
- Não.
- Comeste alguma coisa desde que chegaste?
- Não, por isso acho estranho…
- Aí tens a tua resposta. Se não sentes fome e não precisas de comer, não comes.
- Só isso?
- Só.
- E o Celso? Notei que não estranhaste a morte dele.
- Eu sabia que o Celso ia morrer!
- O quê? És alguma espécie de bruxa? E não fizeste nada para o impedir?
- Nada podia ser feito. Nós sabemos que quando aparece alguém do exterior, no máximo dois dias depois morre a primeira pessoa com quem ele fala… A nossa população é exactamente de 222 pessoas e só por 2 dias é tolerado o aumento de uma unidade. Sempre assim foi e sempre continuará a ser. Quando chegaste e lhe falaste o Celso já estava condenado, embora não soubesse! Recompensei-o como pude, esteve comigo esta manhã, dei-lhe a felicidade que consegui.
- Tu… Tu estiveste com ele? Como foste capaz depois do amor que fizemos…
- Continuas a não entender? Aqui não há exclusivos. Apenas eu e as outras mulheres podemos escolher com quem queremos estar, quando e como. Nada de ciúmes, Edu! Aqui és um capricho meu ou de qualquer outra mulher, lembra-te disso. Se eu quiser e me apetecer, chamo agora mesmo outro homem e na tua frente faço com ele o que me agradar, entendes? São essas as regras.
- Desculpa!
- Deixa, anda cá…

Na manhã seguinte, Edu partiu à procura dos pais de Celso, acreditando poder obter alguma explicação para a sua morte. Continuava a não perceber como aconteceu, se não havia armas de fogo na aldeia, excepto a sua que, confirmou, não foi usada, nem tinha o mesmo calibre. Então, alguém mais tinha poder de fogo e, embora existisse uma “regra”, que ditava que ele tinha de morrer em dois dias, não deixava de ser obrigatório haver alguém a premir o gatilho… À primeira vista, não havia motivos, disputas, propriedades, ciúmes…
Conseguira recuperar a munição do corpo de Celso e verificara, à vista desarmada, que era de 9mm, de uma arma de guerra.
Edu nem apreciava a paisagem que se ia abrindo aos seus olhos, ocupado que estava com os seus pensamentos. Parecia ter entrado numa nova dimensão e tudo lhe parecia diferente e inviável.

Chegou à casa que lhe fora assinalada como residência dos pais de Celso. Esperou um pouco à porta, recuperando o fôlego da caminhada, procurando com o olhar a presença de alguém. Notou que havia no parapeito da janela uma garrafa com um líquido esverdeado, que ia jurar ser o mesmo que viu Celso mexer e remexer no panelão.
Retirou a rolha, sentindo de imediato o mesmo odor. Era certamente o mesmo produto.
Resolveu chamar por alguém, primeiro batendo à porta, depois elevando a voz para atrair a atenção.
Em vão.
Com cautela, rodou a maçaneta da porta e esta abriu-se. Repetiu o chamamento, mas ninguém apareceu. Foi entrando.
A casa era rústica, relativamente pequena, mas agradável à vista. Podia viver numa assim, pensou.
Numa estante havia alguns livros e pequenas figuras talhadas em madeira, entre as quais vislumbrou um objecto diferente: uma pistola de guerra, das usadas pelo exército alemão durante a II Guerra Mundial, de calibre 9 mm.
Edu pegou nela, com cuidado, usando um estilete que encontrou por ali, introduzindo-o no cano. Verificou de imediato que fora usada recentemente.
Ouviu barulho nas traseiras e retrocedeu, saindo pela mesma porta por onde entrara, torneando a casa, com cuidado para não fazer qualquer ruído. Na esquina, espreitou, sendo surpreendido por uma cena inesperada, de um casal de idosos, sentado num banco corrido, de mãos dadas, falando calmamente, enquanto o homem preparava uma bebida. Ouviu claramente referir-se a veneno e percebeu que estavam a preparar a sua própria morte.
Resolveu mostrar-se:
- Bons dias! – saudou, aparentando descontracção.
- Hem!... Bom dia! - conseguiu articular o homem, pondo-se de pé.
- São os pais do Celso, não é verdade? Desculpem vir perturbá-los neste mau momento, mas acho que vos devo uma palavra, porque eu partilhei a casa do vosso filho na noite em que cheguei.
- Sim, nós soubemos, o nosso filho contou-nos.
- Reparei que têm uma garrafa da poção que ele fez para vocês. Já a experimentaram?
- Ora, para que havemos de estar a fingir e a esconder coisas? O nosso filho morreu e nós os dois não estamos cá a fazer nada há muito, portanto decidimos pôr fim a esta vida, ao contrário do que queria o nosso filho.
- Não entendo, ele não queria o quê?
- O nosso filho era um cientista e andava sempre a fabricar engenhocas e xaropes para isto e para aquilo. E desta vez veio dizer-nos que encontrou um remédio milagroso para a imortalidade! Queria que o tomássemos para não morrermos nunca, porque não podia viver sem nós, dizia! Nós tomávamos, ele tomava, mais umas tantas pessoas que ele quisesse e todos ficávamos cá para sempre…
- Aquele xarope verde?
- Sim. E queria que o bebêssemos!
- E beberam?
- Não. Ele ultimamente tornou-se bravo, violento, ele que nunca foi assim, chegou a bater na própria mãe porque queria dar-nos a imortalidade, quando já estávamos fartos e com medo dele. Dissemos-lhe, mas nada, esbofeteou a mãe e tentou agredir-me. Aqui não pode haver violência, aquilo era causado pelas coisas que ele respirava nas experiências, de certeza. Acabou por deixar o xarope mas disse que vinha cá depois e que quando viesse nos obrigava a beber, a bem ou a mal… Nem pensei mais, fui buscar a pistola antiga que tenho aí, dos tempos em que andei na guerra e fui atrás dele… Isto estava um inferno, era o inferno!
- Entendo.
- Não devia ter feito isso ao meu próprio filho, não queria mesmo, mas bater na mãe? Ele ia voltar, voltava sempre…


- Custa a acreditar! O Celso, violento? Sempre tão amoroso…
- Cília, deixa-te dessas coisas, sabes que não gosto…
- Ora, só faltava o ciumento outra vez. Lembra-te que não sou tua, percebes? Bem, mas conseguiste evitar que os velhotes se matassem, pelo menos isso. Coitados. Mas o velhote mostrou amor pela mulher, matou o próprio filho para a proteger!
- Também eu faria o mesmo por ti e não é de agora, tu sabes bem…
- Ora, ora.
- E parece que salvei a população de ficar sem o número mágico, sempre em “2”!
- Sim, mas ninguém tem de saber, guarda segredo. E logo vem ter comigo, que agora tenho de preparar apoio para os velhotes do Celso.

Edu decidiu ir até ao lago que vira quando chegou e onde pensou construir a sua nova casa, uma casa onde imaginava poder viver com a Cília, embora soubesse que isso nunca passaria de sonho, pelo menos até à velhice. Ela fora directa, não era e pelos vistos não poderia ser, mulher de um homem só e continuaria a usar cada homem como bem lhe apetecesse. Ainda assim, ele aceitaria viver com ela, mesmo partilhando-a com todos os homens da aldeia. Sentia que a amava cada vez mais e até era capaz de tudo para lutar por ela.
Já na beira do lago, imaginava-a nos seus braços…
De olhos cerrados, sonhando que dançava uma valsa com a amada, só à segunda ou terceira percebeu que alguém falava consigo:


- Desculpe, o senhor é destes lados? Estou perdido e não sei como vim aqui parar…


2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom com um fim tremendo. Muito bom mesmo, parabéns
Jo.com

Anónimo disse...

Gostei é um texto com muita força e com uma nova ordem de sociedade sem dinheiro e sem vaidades de profissões. O fim é imprevisto e muito bom. É o melhor conto, parabéns ao Luís Pessoa
Deco