N.º 3993 (14.Novembro.1953)
ao N.º5539 (02.Janeiro.1960)
No sábado, 21 de Março de 1953, o
«DIÁRIO POPULAR» numa das suas páginas, com a designação ,
iniciou a publicação de uma série de pequenas rubricas - ao estilo de «ocupação
de tempos livres», com passatempos e recreio, sob os títulos: “PEQUENA
ANTOLOGIA”; “O PASSEIO DA SEMANA”; “PERGUNTAS E RESPOSTAS”; “PROBLEMAS E
CHARADAS”; “AS MELHORES DA SEMANA”; “JOGO DE DAMAS”; e “RECEITAS DE BOM
COZINHEIRO”.
Preenchendo os eventuais espaços entre elas, inseriam-se pequenos e
interessantes textos, de actualidades e curiosidades.
E o esquema dessa página, aos
sábados, manteve-se e continuou imutável, até que, em 7 de Novembro desse mesmo
ano, um pequeno mas destacado anúncio ali incluído, nos prevenia:
É já no próximo sábado que o «DIÁRIO
POPULAR» começa a publicar em «FIM-DE-SEMANA» os célebres PROBLEMAS POLICIAIS
DO INSPECTOR FORDNEY
E realmente, em 14 de Novembro de
1953, no «DIÁRIO POPULAR» N.º 3993, na tal página designada,
surgia essa pequena gravura rectangular
que abaixo apresentamos, com o texto que a ladeia.
Como temos
anunciado, principiamos hoje a publicar – e fá-lo-emos todos os sábados – os
célebres problemas policiais do Professor Fordney, em rigoroso exclusivo para
Portugal, por acordo com a «Opera Mundi», de Paris. Os nossos leitores já
certamente ouviram falar deles. A sua fama é tal que, neste momento, todos os
grandes jornais do Mundo, os estão a inserir. No nosso país, algumas
publicações e postos emissores têm feito episodicamente adaptações desses
testes de raciocínio, sem, para isso, estarem devidamente autorizados. A partir
deste momento, porém, os seus direitos de publicação entre nós pertencem
exclusivamente ao «Diário Popular».
Inserimos,
a seguir o primeiro problema:
E a coluna, que ocupava 1/5 da largura da
página, prolongava-se, com os mesmos caracteres, divulgando o seu primeiro
problema, sem todavia esclarecer que o seu autor era o escritor: Austin Ripley.
Provavelmente, a «Opera Mundi», de Paris, nomeada naquela nota introdutória, seria a
distribuidora, para a Europa, do referido material.
Porém, o segundo problema, publicado
em 21 de Novembro de 1953, trazia já a seguinte chancela:
(Copyright by Press Aliance INC – Nova York –
Todos os direitos reservados.)
A rubrica em questão, não era
propriamente uma secção policial, para a interacção com os leitores, mas
unicamente uma coluna em que se divulgavam «PROBLEMAS POLICIAIS» de Austin
Ripley, com o protagonismo do “Professor FORDNEY”, do “Inspector Fauvel”, ou,
uma vez por outra, de um eventual convidado.
Tratava-se de problemas pequenos, sem
grande desenvolvimento, com duas ou três dezenas de linhas, alguns até muito
“pobrezinhos” na sua concepção, e talvez prejudicados, ainda, pela inépcia do
tradutor, pouco familiarizado com a composição especificamente policiária.
No final de cada problema,
localizava-se sempre a seguinte nota:
(Ler a solução exacta numa das páginas de anúncios deste número de
«Diário Popular».)
Os problemas não tinham título, nem
número, nem qualquer outra referência que permitisse uma identificação inconfundível.
Assim, para suprir essa falta,
utilizaremos, em jeito de título, algumas frases iniciais do enredo.
Estabeleceremos, dessa forma, um quadro cronológico, onde constem: o número do
jornal e data de publicação, assim como esse título “virtual”, que nos
permitirá detectar possíveis repetições, ou publicações anteriores em outras secções
ou rubricas similares. Dar-lhes-emos, também, um número de ordem, que
facilitará - ou não - o seu tratamento sequencial e uma identificação mais
específica.
Aliás,
nesses 274 enigmas, uma meia dúzia deles foram repetidos, com ligeiras
alterações no seu fraseado. Essas duplicações, quando detectadas, por
curiosidade serão devidamente assinaladas, nos Quadros Cronológicos e no início
da reprodução dos problemas.
Quando
no n.º 5.016, em 22 de Setembro de 1956, comemorando o seu 14.º aniversário, o
«DIÁRIO POPULAR» foi publicado com 32 páginas, incluía pela primeira vez uma
série de páginas com a designação e com este logótipo aqui reproduzido de forma
reduzida.
Esse
conjunto de páginas, foi no sábado seguinte organizado em caderno suplemento,
onde se tratavam múltiplos assuntos de índole artística, técnica, cultural e
recreativa, e nesse variado grupo mantinham-se, nos moldes das anteriores
edições, a indispensável página,
que incluía os desejados
e a solução destes
passou a figurar, invariavelmente, no “bloco” que exibia as soluções de todos
os passatempos do dia.
Para dar corpo a este ficheiro informatizado,
integral, com todos os problemas e soluções publicados nessa interessante e
avultada secção da especialidade, recorremos à pequena colecção de recortes que
possuímos, aos que nos foram oferecidos por alguns amigos. Mas a grande parte dos
enigmas, foi recuperada, “manuscritamente”, das encadernações do «DIÁRIO
POPULAR» preservadas, para consulta, na BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DO PORTO.
Por inviabilidade da obtenção de
fotocópias ou fotografias digitais de qualidade, dado o formato e peso das
encadernações, e ainda pela localização de vários desses textos, no limite da
dobragem, foi necessário recolher em manuscrito os textos indispensáveis,
depois vertidos cuidadosamente para esta edição digital, destinada ao nosso ARQUIVO
HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA, que inclui, também - como é o
caso – toda a produção estrangeira publicada no nosso país.
Neste
primeiro caderno destinado aos
publicados no «Diário Popular», apresentaremos,
em «Quadros Cronológicos Anuais», uma listagem referencial de todos os
problemas.
Deles farão parte, apenas, todos os
elementos de identificação e localização dos problemas, tal como atrás
referimos.
Todavia, vamos produzir um arquivo
material, para leitura e consulta, onde preservaremos os recortes do jornal que
fazem parte da nossa colecção, e onde recolheremos também as páginas que nos
possam ser oferecidas.
Organizaremos, também, em papel, um
processo com a totalidade das páginas deste trabalho.
Ao
encerrar esta tarefa, que me custou muitas dezenas de horas de trabalho
prazenteiro, no teclado do computador e nas mesas da Biblioteca Pública
Municipal do Porto, quero formular, ao pessoal desses serviços, designadamente
da Sala Geral, as senhoras Cristina Vieira e Júlia Moreno, e do Depósito, o
senhor António Neves. Os meus agradecimentos pela forma simpática, rápida e
eficiente, como sempre me têm apresentado os volumes solicitados, e orientado
nas buscas indispensáveis, alicerçadas em eficiente catálogo informático em cuja
consulta sempre fomos auxiliado, pelas senhoras de apoio aos computadores.
Agradeço
igualmente ao amigo Leonardo Sá, que na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa,
fez o favor de recolher os elementos de jornais que não existem na «BPMP»,
designadamente os números 5352, de 31 de Agosto de 1957; e 5529 de 1 de Março de
1958.
E
ao amigo Manuel Barata Diniz, pelos velhinhos recortes ofertados.
…
E a todos quantos me têm incentivado a prosseguir nesta missão.
João Artur Mamede
Janeiro
- 2015
4 comentários:
Se percebi bem, todos os dias há um pequeno problema para resolver e a solução sai no mesmo dia e nós podemos comentar aqui no blogue?
João Paulo
Meu caro, pelas informações que o confrade JARTUR nos enviou cada dia haverá um desafio que fica à consideração dos confrades que o podem comentar aqui (comentários livres de moderação) e a solução será publicada no dia seguinte.
Em princípio apenas poderemos publicar ao fim do dia, após as 21 horas, mas todos devem subscrever ao confrade JARTUR e assim receberão, por e-mail, muito mais cedo e ao mesmo tempo darão ao confrade um alento suplementar para mais trabalhos. Todos gostamos de ver o nosso trabalho reconhecido e apreciado!
Pode e deve subscrever gratuitamente para jarturmamede@aeiou.pt
Não entendi as 21 horas. É a hora em que o confrade Jartur envia os textos?
I Alegria
Caríssimo, o confrade Jartur costuma enviar os seus mails bastante cedo, logo ao início da manhã e por isso, se subscrever este "pacote" para o mail jarturmamede@aeiou.pt, certamente receberá logo de manhã.
A questão das 21 horas prende-se com dificuldades nossas, pois só por essa hora estaremos em condições de publicar no blogue (excepto fins de semana e feriados em que poderá ser mais cedo).
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