# 4170 – 15.05.1954
- Que noite! –
suspirou o professor Fordney, ao desligar o telefone.
Meia hora
depois, ainda resmungando, patinhava na lama em direcção à porta do n.º 13 de
Nelson Road. Tirando as galochas no vestíbulo muito limpo, penetrou numa grande
sala de estar, bem mobilada, que se estendia a toda a largura da casa.
Apresentou-se e, depois de declarar que interrogaria toda a gente dentro de
momentos, pediu que o deixassem só.
A
um canto, ao fundo da sala, via-se o cadáver de um homem, estendido no chão,
degolado. Ao inclinar-se sobre ele, o professor reparou numa moeda de dez
cêntimos que se encontrava a cerca de um metro de distância da cabeça do morto.
Apanhou-a, contemplou-a com curiosidade e, com ar pensativo, meteu-a no bolso.
Começou o
interrogatório pelo mordomo.
- Foi o senhor
quem descobriu o cadáver?
- Sim, senhor.
Regressava a casa, depois de deitar uma carta no correio, há
cerca de vinte minutos e, ao chegar à
porta de entrada, ouvi um grito. Entrei a correr e deparou-se-me o senhor
Green, que soltava o seu último suspiro.
-
Perdeu uma moeda de dez cêntimos? – inquiriu Fordney, com voz suave.
-
Creio que não. – replicou o criado, apalpando nervosamente os bolsos.
-
Eu também ouvi o grito. – confirmou Stewart, o dono da casa. – Corri da
biblioteca para aqui e cheguei logo depois de Moxom.
-
Nenhum de vós saiu desta sala antes de eu chegar?
-
Não. – disse Stewart. – Ficámos aqui à sua espera.
-
O senhor perdeu uma moeda de dez cêntimos, senhor Sterwart? Não? Muito bem.
Parece-me que há aqui conspiração e posso desde já garantir-lhes que o
inspector Kelley não engolirá a vossa patranha.
Que tinha a história de extraordinário?
Por
que não acreditou Fordney nas declarações dos dois?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)
Solução do problema # 024
(Diário Popular # 4163 – 08.05.1954)
Fordney soube que Moore
mentira porque este declarara que marcara o número da Polícia ( 1 8 5 2 9 0 )
às escuras. (Experimente o leitor marcar, às escuras e à pressa, tal número…).
Não era natural que Moore tivesse conseguido, sem ver o marcador, marcar tal
número, com o qual não estava familiarizado, enquanto o «eléctrico» passava em
frente do edifício do escritório.
Jarturice-025 (Divulgada em 26.Janeiro.2015)
APRESENTA
E
DIVULGA: JARTUR (O Mr. AHPPP)
jarturmamede@aeiou.pt
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