O
professor Fordney entrou na casa de campo e encontrou o inspector Kelley
reclinado numa cadeira de lona.
-
Estou fatigadíssimo. – Suspirou o inspector. – Não houve um sopro de brisa
durante todo o dia e esta humidade é terrível. Onde tem estado?
-
Foi cometido um crime! - Explicou Fordney.
-
Onde? Quando? – Inquiriu Kelley, sem entusiasmo.
-
Há cerca de duas horas. O cadáver de Peter foi encontrado junto do cais de
Britton por um homem chamado Hart. O rio tem cerca de meia milha de largura
naquelas paragens. Hart diz que ia a subir a corrente no seu barco à vela,
contemplando as margens através de um binóculo, quando deu com Peter. Ancorou o
barco e dirigiu-se para a praia num escaler. Eu estava com o xerife Cass,
quando ele veio participar a descoberta do cadáver.
«Cass
ficou muito excitado: é o seu primeiro caso de homicídio. Peter foi atingido
com um tiro na cabeça mas, depois de o examinar, parece-me provável que tenha
sido afogado primeiramente.
Kelley
não respondeu. O professor continuou:
-
Hart mostrou-se ansioso por nos ajudar. Indicou a posição do cadáver, as pegadas
ao longo da margem e sinais de luta no local do crime. No entanto não fez
comentários acerca da ausência de sangue. Quando lhe pedi que me mostrasse o
binóculo, declarou, com ar nervoso, que lhe caíra pela borda fora, com a
pressa. A princípio, Cass não compreendeu o absurdo da história contada por
Harth, mas quando compreendeu…prendeu-o.
Por que razão Cass prendeu Hart?
(Divulgaremos amanhã a
solução oficial)
* *
* * *
Solução do problema # 011
(Diário Popular # 4067 – 30.01.1954)
Após haver examinado as
pegadas incompletas, feitas por um pé direito, não calçado de sapato, o
professor concluiu que tais pegadas haviam sido deixadas por um homem que
calçava peúgas baratas, azuis. Como o pé direito estava molhado, a tinta da
peúga desbotara. E, porque as marcas das peúgas tinham uma cor azul pálida, um
pouco mais viva no centro, Fordney concluiu que a peúga dope direito tinha um
buraco na base do pé. Como não descobriu pegada do pé esquerdo, Fordney foi
levado à conclusão de que a peúga esquerda se não molhara, pois, caso
contrário, teria deixado manchas também. Embora não lhe fosse possível
determinar pelas pegadas o sexo do criminoso, que caminhara nas pontas dos pés,
não deixando por isso pegadas completas, era razoável supor que se tratava de
um homem, dada a forma como fora assassinada a vítima e o facto de, em regra,
as mulheres não usarem meias azuis.
Jarturice-012 (Divulgada a 13.Janeiro.2015)
POR:
JARTUR
(jarturmamede@aeiou.pt)
1 comentário:
Luis
Mandei-te uma mensagem hoje de manhã, que talvez não tenha recebido.
Assim, repito: o JARTUR fez hoje 8o anos.
Um abraço
Domingos Cabral
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