# 4150 – 24.04.1954
Prasilov,
famoso astrólogo polaco, jazia morto no soalho do seu gabinete de observação,
na antiga torre de mármore de Cornwall, na Inglaterra.
O
astrólogo fora atingido com um tiro na têmpora direita, e a sua cabeça
repousava sobre um velho livro de astrologia que se encontrava aberto na página
que continha o horóscopo do próprio Prasilov. A morte fora instantânea. A pouca
distância via-se, também no chão, um revólver de fabrico estrangeiro.
Fordney
e o Inspector-Chefe Tarwill chegaram, por fim, ao topo da interminável
escadaria de pedra.
-
A porta estava fechada, Chefe. – informou o agente Stiblle. – Tivemos de a
arrombar.
O
inspector pegou numa chave que se encontrava junto do cadáver e olhou,
inquisitivamente, para Stibile.
-
Mexeram nalguma coisa?
Em
nada, Chefe. Está tudo como o encontrámos.
Teria
Prasilov fechado a porta por dentro e atirado a chave para o chão para
confundir ou ludibriar a polícia? Teria a chave saltado da fechadura quando a
polícia arrombou a porta ou haveria qualquer outra explicação para o facto? O
Professor dava tratos à imaginação.
Removido
o corpo, Fordney pegou no velho e pesado livro de astrologia e leu,
atentamente, o horóscopo do sábio. No ponto onde repousava a cabeça do morto,
havia uma pequena mancha de sangue.
Espreitando
por cima do ombro do Professor, Tarwill leu, também, o horóscopo que predizia a
morte do astrólogo por suicídio!
-
Esta coincidência parece-me estranha – observou o Inspector-Chefe. – Mas… que
poderia ter sido isto senão um suicídio?
-
Talvez tenha sido homicídio – respondeu Fordney.
Dez
minutos depois, Tarwill dizia, um tanto impaciente:
-
Quando se resolve a vir-se embora, Professor? Já não há coisa alguma que valha
a pena examinar.
Fordney
meteu o livro de astrologia debaixo do braço e circunvagou um último olhar pela
sala. No sítio onde estivera o livro havia uma mancha de sangue a atestar a
tragédia.
-
Vamos embora. – disse Fordney. Está provado que Prasilov não se suicidou.
Qual foi o indício que levou Fordney à conclusão de que o
astrólogo havia sido assassinado
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 022
(Diário Popular # 4143 – 17.04.1954)
Fordney não acreditou em Mantell porque
este dissera que a porta do camarim estava fechada (enquanto ele, Mantell, se
caracterizava ao espelho do toucador, fronteiro à porta do camarim) e que não
vira entrar Hooper, só dando pela sua presença quando fora disparado o tiro.
Ora, se Mantell estava em frente do espelho, fronteiro à porta do camarim, não
poderia ter deixado de ver entrar Hooper.
APRESENTA
E
DIVULGA O ""MR. AHPPP":
JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt
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