Embora tivesse
caído de um segundo andar, o velho cofre de ferro encontrava-se quase em
posição vertical. O incêndio da noite anterior destruíra grande parte da velha
casa. E o seu proprietário, o avarento Jonathan Aiken, encontrara também a
morte no meio daquele inferno de chamas alterosas. O neto de Jonathan, Tom
Drewery, chegara a casa, vindo de Filadélfia, às onze e meia da noite do
incêndio e fora detido pela Polícia, para averiguações.
O professor
ficou surpreendido ao notar que os selos acamados em pequenas pilhas ordenadas
cuidadosamente alinhadas no interior do cofre, tinham apenas o valor de oito
mil dólares, pois era convicção geral que a famosa colecção do velho Jonathan
valia pelo menos duzentos mil dólares. Era também do conhecimento geral que
Jonathan Aiken conservava os seus selos soltos, empilhados em maços e não
dispostos em álbum, como usam fazer os bons filatelistas. Quando alguém
mostrava estranheza pelo facto. Aiken costumava dizer: «Se aquelas pequenas
maravilhas estivessem num álbum, não conseguiria tê-las bem nas minhas mãos.
Teria de me limitar a contemplá-las, sem lhes tocar».
Drewery,
o neto do velho, evidenciou esse facto no decurso do interrogatório a que
Fordney o submeteu. Respondia calmamente às perguntas do professor, certo de
que ninguém descobriria que fora ele quem largara fogo à casa. A verdade é que
conseguira apoderar-se dos selos e, simultaneamente, ver-se livre do velho. E
não havia uma única prova contra ele! Disso estava absolutamente certo!
-
O cofre foi aberto antes da chegada da Polícia? – perguntou o professor.
-
Não. – respondeu Drewery. – Ninguém lhe tocou. Esteve sob a minha vigilância
durante toda a noite.
Os
olhos de Fordney pousaram atentamente sobre o rapaz.
-
Você está a mentir, Drewery. – afirmou o professor. – Por agora, acuso-o de ter
furtado os selos. Mais tarde, espero conseguir provar que largou fogo à casa
para matar seu avô!
Em que se baseou Fordney para acusar Drewery de ter roubado
os selos?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
Solução do problema # 026
(Diário Popular # 4177 – 22.05.1954)
Não
haviam sido encontradas impressões digitais em nenhum dos objectos que estavam
sobre a mesa. Fordney compreendeu imediatamente que Newman, o assassino,
planeara o crime. De contrário não teria feito desaparecer as impressões
digitais de tudo aquilo de que se servira para jantar. Uma vez provada a
identidade do homem, era de presumir que a sentença fosse condenatória. E assim
foi…
APRESENTA E
DIVULGA; JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt
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