O professor Fordney terminara o exame do
quarto. Nada tendo encontrado de anormal, excepto o cadáver e o sangue
derramado no chão e no parapeito da janela, voltou-se para o homem que estava
sentado numa cadeira, com ar acabrunhado.
Em
resposta às perguntas do professor, o homem narrou a tragédia:
-
Por diversas vezes durante a noite passada minha mulher acordou em sobressalto
ao ouvir ruído lá fora e pediu-me para ir ver o que era. Foi o que fiz, mas não
vi coisa alguma e pensei que se tratasse de um «engraçado» a querer
assustar-nos.
«Deitámo-nos
era uma hora e, um pouco mais tarde, fui acordado pelo som de qualquer coisa a
raspar e uma voz falando baixinho. Logo que os meus olhos se acostumaram à
escuridão, divisei um vulto de pé, em frente da janela. Tirei a pistola que
guardava debaixo do travesseiro e disparei por duas vezes; depois, saltei da
cama e acendi a luz. Fiquei horrorizado ao ver minha mulher estendida no chão…
morta. Telefonei ao doutor Willard e depois…
-
Um momento! – interrompeu Fordney. – Qual foi o resultado do exame do cadáver,
doutor?
-
Uma das balas atravessou o ombro da vítima e a outra penetrou-lhe pelas costas,
atravessou o coração e saiu pelo seio esquerdo. A morte foi praticamente
instantânea. – respondeu o médico.
-
Tocou em alguma coisa além do cadáver?
-
Não, senhor.
-
E o senhor, Dandley?
-
Eu?... Apenas no telefone. Depois, como estava muito frio… fui… fui à cave e
avivei o fogo na fornalha.
-
E arranjou lenha para se queimar. – comentou Fordney, abrindo a única janela do
quarto para deixar entrar o ar. Foi um crime muito estúpido Dandley. Prenda-o,
sargento.
Por que foi que o professor Fordney mandou prender Dandley?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 017
(Diário Popular # 4108 – 13.03.1954)
Porque ela mentira. As teias de aranha
não ardem.
Jarturice-018
(Divulgada em 19.Janeiro.2015)
APRESENTA
E
DIVULGA: JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário