terça-feira, 6 de janeiro de 2015

JARTURICE 005

    
                                                         PROBLEMAS POLICIAIS – 8 #005                                                      (Diário Popular # 4020 – 12.12.1953)

         - Deparo por vezes com conspirações curiosas, no decurso das minhas investigações – observou o professor Fordney, enquanto saboreava o seu café. – Aqui tem o que me levou à descoberta do criminoso naquele Carobus que todos acharam tam interessante. – prossegui o professor, mostrando aos seus convidados um recorte de jornal com um anúncio concebido nos seguintes termos:
                           
                        SECRETÁRIO            «Particular, para assuntos confidenciais. Óptimo ordenado e boa situação, para homem novo que conheça perfeitamente a língua francesa. Indispensável boa cultura e apresentação. Resposta a este jornal a KR. 165»

         - Este anúncio nada tem de especial – comentou um dos convidados.
         - Não percebo que indicação poderia este anúncio ter-lhe fornecido – disse outro.
         - Não obstante – afirmou Fordney – foi ele que me forneceu o elo mais forte da minha cadeia de provas. Fora já informado de que Jack Hemwell tinha relações com a mulher de Carobus. E fora por sugestão da senhora Carobus que o marido respondera a este anúncio, tendo, dias depois, recebido uma carta a convocá-lo para uma entrevista afim de tratar do assunto. No decurso dessa entrevista, Carobus foi assassinado!
         «Ao ser interrogada a senhora Carobus declarou que as suas relações com o marido não eram muito amistosas, de algum tempo a esta parte, e que a última vez que o vira fora por ocasião da sua partida para Swampscott, localidade onde se efectuara a entrevista, fatal para Carobus.
         «Nos escritórios do jornal onde foi publicado o anúncio, informaram-me de que o mesmo havia sido posto por um homem que dera o nome de Gerald Kesl e declarara achar-se hospedado no Hotel Du Barry. Lembravam-se do anúncio porque o senhor Kesl telefonara a saber se havia respostas, fora informado de que havia e, não obstante, não aparecera a receber a cartas.
         «Por outro lado, o tal senhor Kesl era completamente desconhecido no Hotel Du Barry.
         «Fui também informado pela senhora Carobus de que seu marido respondera ao anúncio numa carta escrita à mão, que o senhor Carobus era canhoto e vivia com grandes dificuldades financeiras. Conjugando todos estes dados, consegui finalmente descobrir quem matara o pobre Carobus.
         - Não consigo perceber como! – exclamou um dos convidados, verdadeiramente perplexo.
        
         É claro que o leitor já percebeu. Mas se tiver qualquer dúvida, procure a solução exacta numa das páginas de anúncios deste número do «Diário Popular».
           
                       (Divulgaremos amanhã a solução oficial)

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Solução do problema # 4
(Diário Popular # 4013 – 05.12.1953)


       Hendrick foi morto entre a meia-noite e a uma hora da manhã. A essa hora, o vento açoitava o jardim e a chuva varria tudo. Porém, o chapéu alto da vítima estava ainda na sua cabeça, no momento que encontraram o cadáver sobre um banco do jardim. Se Hendrick tivesse sido assassinado naquele sítio, o vento teria levado o chapéu ou este teria caído quando a vítima tombou sobre o banco.




APRESENTA:

JARTUR ("MR. AHPPP")

jarturmamede@aeiou.pt

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