# 4081 – 13.02.1954
- Ora bem! – murmurou Ed Burke, batendo
a areia com a pá. – Aqui temos um trabalhinho bem feito. Aquele patife do Dyer
estava mesmo a pedir isto, não achas querida?
-
Sim, foi bem feito, Ed. – concordou Clara Miller. – Mas não te esqueças de que
eu te vi matá-lo.
O
sargento Reynolds retirou cautelosamente a arma da sua cova, sacudiu a areia
que a cobria e correu ao Comando da Polícia, onde depôs a arma sobre a
secretária do capitão Wiley.
Wiley
voltou-se para o professor, que acendia um charuto.
-
Burke vai parar à cadeira eléctrica se se provar que a bala que matou Dyer foi
disparada por esta arma – comentou o capitão.
-
Há-de provar-se, sim. – asseverou Clara.
-
Você também não fica em bons lençóis, se estava com ele quando foi cometido o
crime.
Não
estava. Ele contou-me o que tinha feito e disse-me que havia escondido a arma
na Praia de Braxler.
-
E porque vem denunciá-lo agora, quatro meses após o crime?
-
Porque aquele canalha há meses que me anda a atraiçoar. – gritou ela. – Acabo
de o descobrir. Foi por isso que lhes disse onde estava escondida a arma.
Ninguém se ri de Clara Miller!
Fordney
estendeu a mão, sacudiu alguns grãos de areia que ainda aderiam ao cano
reluzente da pistola de calibre 38 e examinou o tambor (*). A câmara continha
quatro balas. Dyer tinha sido alvejado apenas uma vez.
-
Tem álibi para o momento do crime? – perguntou o professor a Clara.
- Decerto. Estava com Jimmy O’Leary.
-
Burke mostrou-lhe um mapa ou limitou-se a dizer-lhe onde enterrara a arma?
-
Disse-mo, apenas.
-
É melhor metê-la na cadeia, capitão. – sugeriu Fordney. – Não sei o que ela
pretende com tudo isto, mas é óbvio que está a mentir.
Como soube o professor que Clara mentia?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 012
(Diário Popular #
4074 – 06.02.1954)
Hart
mentira quando afirmara que ia a subir o rio, no seu barco à vela, contemplando
as margens através de um binóculo, quando vira o cadáver de Peter. Com efeito,
era impossível subir o rio num barco à vela num dia em que não havia um sopro
de brisa.
APESENTA E DIVULGA:
JARTUR
(jarturmamede@aeiou.pt)
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