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4108 – 13.03.1954
- Fica junto da porta e se ele não
estiver de acordo… Compreendes Suzette?
- Oui, Madame. –
replicou a elegante criadita.
- Voltemos para
a cidade, por favor, Anthony! – suplicou Ethel Warfield. – Já não posso
suportar esta soturna casa de campo. Faz-me calafrios!
-
Não, minha querida. – recusou Anthony Warfield, que estava convalescente de uma
grave doença. – Antes de nos casarmos, adoravas esta velha casa. Mas eu sei que
achas intolerável agora permanecer por algum tempo separada dos teus «amigos»
mundanos, mesmo sabendo o que esta estadia no campo representa para mim. Eu…
Ouviu-se
uma discreta pancada na porta e Suzette entrou.
- Perdão,
Madame. Não consigo encontrar o fato de amazona de Madame. - Está no sótão. –
esclareceu Ethel. – Vá buscá-lo, por favor.
Que
tragédia - pensava Fordney – ver aquela bela casa de campo transformada num
montão de tisnadas ruínas!
-
Que deseja, senhor? – inquiriu a criada, que entrara, sem ruído, na estufa onde
o professor se encontrava.
-
Conte-me tudo o que se passou com o incêndio – ordenou Fordney, cruzando as
pernas.
-
Não há muito a contar. A senhora queria que lhe trouxesse o traje de amazona
que estava no sótão. Ali só há coisas velhas e bolorentas. A minha lanterna
estava sempre a apagar-se. Servi-me do isqueiro para poder ver alguma coisa. De
repente, o isqueiro pegou fogo a uma daquelas enormes teias de aranha. As
chamas comunicaram-se a uns papeis velhos e, num instante – pf! – todo o sótão
estava em fogo.
-
Você teve sorte em escapar ilesa – disse Fordney, observando o cabelo da
rapariga.
-
Tenho sempre sorte – retorquiu a criadita, sorrindo.
Fordney
abanou a cabeça:
-
Desta vez, a sorte abandonou-a, Suzette. Será acusada de haver cometido o crime
de fogo posto.
Por que disse Fordney que ela cometera o crime de fogo
posto?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
Solução do problema # 16
(Diário Popular # 4101 – 06.03.1954)
A senhora
Halstead confessou que era surda. No entanto, declarou que o professor Fordney
andava pela sala, cuja porta estava fechada, quando ela descera as escadas. Se
fosse surda, não poderia ter ouvido Fordney andar pela biblioteca, como
afirmava.
…
Mais tarde, foi condenada pelo assassínio do patrão.
APRESENTAÇÃO
E
DIVULGAÇÃO:
JARTUR ("Mr. AHPPP")
jarturmamede@aeiou.pt
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