segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

JARTURICE 004

    
                                                                                           
                                                                                                                                                                                              (Diário Popular # 4013 – 05.12.1953)- Problema #0004




        
         Meia-noite – Com a gola do sobretudo, repuxada para cima, o professor Fordney enfrenta a noite chuvosa e ventosa, gozando antecipadamente o prazer de voltar ao conforto da sua casa, agora que acabava de desvendar o mistério do caso Holman.
         Uma hora da manhã – Fordney chega a casa.
         Uma e meia da manhã – Fordney, de roupão e pantufas, encontra-se instalado em frente de um bom fogo, lendo um bom romance.
         Duas horas da manhã – O livro desliza das mãos de Fordney. O professor adormeceu. O vento açoita as janelas e a chuva cai em catadupas.
         Quatro horas da manhã – A campainha do telefone retine insistentemente. Fordney pega no auscultador, sonolento e mal humorado, escuta por alguns momentos e por fim murmura, irritado: «Está bem, já vou. Que diabo de vida a minha!»
         Quatro e meia da manhã – Fordney volta à rua, tremendo de frio. Maldito tempo! Até o charuto sabe

         O chapéu alto, enterrado na cabeça da vítima, põe uma nota grotesca nas feições contorcidas do autor.
         Personagens: o Inspector Kelley, o dr. Winslow, agentes da Polícia.
         Winslow – Hendrick foi morto entre a meia noite e a uma hora da manhã. Assassinaram-no com dois tiros.
         Kelley – Que diacho estaria ele fazendo, sentado num banco de jardim, a uma hora dessas, ao vento e à chuva?
         Winslow – Deve ter sido morto por alguém que ele conhecia, e com quem havia combinado um encontro aqui. Mas porque o teriam morto?
         Seis e meia da manhã – Fordney encontra-se de novo em sua casa, entregue aos cuidados da sua solicita governanta.
         Fordney - «Deliciosos folhados, estes! Este café é muitíssimo bom, Mary!»… Mesmo que algum sangue tivesse sido vertido sobre o banco, a chuva tê-lo-ia feito desaparecer. Tem piada, esta bengala do pobre Hendrick. Talvez nos dê uma pista… «Dê-me outra chávena de café, Mary!... Obrigado». O trabalho de Kelley consiste agora em descobrir onde é que Hendrick foi morto. Eu avisei-o de que Hendrick não foi assassinado naquele banco de jardim. Ah, que delicioso charuto!

                  Como soube o professor que Hendrick não tinha sido assassinado no sítio onde encontraram o seu cadáver?
                                                     

                             (Divulgaremos amanhã a solução oficial)

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Solução do problema # 003
(Diário Popular # 4007 – 28.11.1953)


     Se a senhora Brentwood se tivesse suicidado, o revólver não poderia estar em cima do toucador.






ESCREVE

E

APRESENTA:


JARTUR
(jarturmaede@aeiou.pt)









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