PROBLEMAS POLICIAIS – 19 - #016
No
segundo dia das suas férias o professor Fordney, que estava instalado na
Estalagem da Vaca Azul, soube, pelo proprietário da estalagem, que uma pessoa
sua conhecida vivia muito perto dali. Depois de se informar sobre a direcção a
seguir, o professor pôs-se a caminho a fim de lhe fazer uma visita matutina.
Bateu
à porta principal e à das traseiras, sem obter resposta. Ia já para se afastar,
quando a senhora Halstead, a governanta, se aproximou da casa. Fordney teve
dificuldade em se apresentar, pois a governanta parecia surda, mas, finalmente,
conseguiu fazê-la compreender que devia ter acontecido alguma coisa. Depois de
abrir a porta com uma chave que tirou de um bolso volumoso, a mulher subiu a
escada e encaminhou-se para o quarto do patrão, enquanto Fordney abria uma
porta do rés-do-chão e deparava com o cadáver de George Docker. Tornando a
fechar a porta sem ruído, o professor pôs-se a percorrer o resto da casa à
procura de quaisquer indícios.
*
-
Quando encontrou o senhor Docker morto, mexeu nalguma coisa? – perguntou, em
tom constrangido, o juiz Hittingdon, que conhecia a reputação de Fordney.
-
Limitei-me a fechar à chave a porta da biblioteca. A chave estava na porta e eu
fiz isso como medida de segurança.
-
Não é verdade, Excelência. – interrompeu a senhora Halstead. – Quando desci as
escadas este homem andava de um lado para o outro, na biblioteca; depois saiu e
fechou a porta à chave, não me deixando entrar. Disse que ia chamar a polícia.
Tretas! Foi ele quem matou o meu patrão!
O
juiz fez-lhe diversas perguntas e ficou irritado com os constantes «Quê?» e
«Como disse?» da mulherzinha.
-
Posso ser surda, mas não sou parva! – exclamou a governanta. – Ele matou o
patrão. E diz o malandro que é detective!
Fordney
sorriu.
-
O melhor é insistir com ela para que diga a verdade, senhor doutor juiz –
aconselhou o professor.
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 015
(Diário
Popular # 4095 – 27.02.1954)
Se a reportagem do jornal correspondia à
narração de Mayer, este mentira. Não era possível ter mergulhado na água,
percorrido em seguida, uma distância de meia milha sob uma temperatura de dez
graus abaixo de zero e, finalmente, sacudir a água do fato. Se a tragédia
tivesse ocorrido como ele dizia, a água que lhe molhava as roupas ter-se-ia
transformado em gelo.
Jarturice-016
(Divulgada em 17.Janeiro.2015)
DIVULGAÇÃO E
APRESENTAÇÃO
DE JARTUR
(jarturmamede@aeiou.pt)
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